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Irã rejeita novo acordo nuclear com EUA e ameaça aliados europeus

O presidente Hassan Rohani acusa o Reino Unido, França e Alemanha de se aproximarem de Washington

Por Da Redação
Atualizado em 15 jan 2020, 12h53 - Publicado em 15 jan 2020, 12h38

O presidente do Irã, Hassan Rohani, rejeitou nesta quarta-feira, 15, a proposta feita pelos Estados Unidos de negociação de um novo acordo nuclear. Alegou ser “estranha” a proposta do presidente americano, Donald Trump, conhecido por descumprir suas promessas. Em um discurso ácido transmitido pela televisão estatal, Rohani condenou a aproximação dos países europeus a Washington sobre a questão nuclear e disparou uma ameaça.

“Hoje, o soldado americano está em perigo. Amanhã, o soldado europeu pode estar em perigo”, declarou, em clara advertência sobre o risco de Teerã autorizar ataques a bases militares no Iraque que abrigam tropas europeias.

Rohani novamente pediu aos europeus que cumpram suas obrigações previstas no texto de 2015. Na terça-feira 14, Reino Unido, França e Alemanha prometeram acionar o mecanismo de disputas desse acordo nuclear como resposta à decisão do governo iraniano de descumprir todas as suas obrigações e voltar a enriquecer urânio em níveis mais elevados. Segundo Rohani, os passos tomados por Teerã para se distanciar do pacto de 2015  podem ser reversíveis.

“Os europeus dizem que, com relação à questão nuclear iraniana, eles precisam dar um passo porque o Irã deu o quinto passo. O próximo passo que eles precisam dar é retomar com suas obrigações”, disse Rohani. O presidente disse que deixou explícito aos líderes europeus que “o que fizemos é reversível” e que todas as ações do programa nuclear é supervisionada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

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Ao acionar o mecanismo de disputa, os europeus deixam claro que podem restabelecer as sanções econômicas anteriores a 2015 sobre o Irã se o país continuar a enriquecer urânio além dos limites fixados. Teerã, porém, diz cumprir à risca o acordo. Também pede aos países europeus que se empenhem em salvar o acordo nuclear e que criem mecanismos de comércio para driblar as restrições americanas. China e Rússia, também signatárias do acordo, apoiam sua manutenção.

Rohani também criticou o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, por sua recente conversa com o presidente americano. Johnson disse a Trump que “nós deveríamos substituir o acordo iraniano pelo acordo de Trump”.

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“O que Trump faz senão romper com acordos e violar a lei internacional? Não sei em que o primeiro-ministro em Londres pensa ao sugerir que nós devamos abandonar o acordo nuclear e implementar o acordo de Trump”, disse o presidente iraniano.

Alegando que o texto era o pior já feito na história, Trump optou por sair unilateralmente do acordo em maio de 2018 e restabelecer antigas e novas sanções econômicas. Chamando-a de campanha de “máxima pressão”, as novas restrições contra a economia do país visam sufocar e enfraquecer o regime para forçar uma negociação.

Segundo o Departamento de Estado americano, a campanha vem dando certo. Números divulgados pela Casa Branca alegam que a inflação no Irã bateu cerca de 50% ao ano e o Produto interno Bruto (PIB) retrocedeu cerca de 6% em 2019.

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Desde 2018, a escalada de tensões no Oriente Médio alcançou níveis perigosos por três vezes, sendo a última a que quase desencadeou um conflito aberto entre Estados Unidos e Irã. Em junho, a Guarda Revolucionária Iraniana (GRI) abateu um drone americano no Golfo Pérsico. Em setembro, as refinarias da Aramco, estatal saudita de petróleo, foram atacada pelos rebeldes houthis do Iêmen, aliados a Teerã. Em 3 de janeiro,  os Estados Unidos assassinaram o general Qasem Soleimani em solo iraquiano, e Teerã retaliou com o uso de mísseis balísticos contra a base Al-Asad, que abriga tropas americanas no Iraque.

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