Irã indica que pode aceitar visita surpresa de inspetores da ONU em instalações nucleares
Ação seria parte do plano para país negociar fim das sanções econômicas ao país

O governo do Irã indicou nesta quarta-feira que pode permitir as visitas sem aviso prévio dos inspetores das Nações Unidas nas instalações nucleares do país. A sinalização positiva é parte de um plano apresentado pelo vice-chanceler iraniano Abbas Araqchi durante a rodada de negociações entre o Irã e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China, mais a Alemanha), em Genebra.
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Os detalhes do plano, no entanto, não foram divulgados e Araqchi não indicou quando as visitas poderão acontecer. Ele limitou-se a afirmar que elas estão em discussão. “Este tema não está previsto na primeira etapa de nosso plano, mas integra a última fase”, afirmou Araghchi, de modo vago. A declaração foi entendida como a primeira indicação oficial de ação iraniana em troca do fim das sanções econômicas contra o país, que foram instituídas por causa do programa nuclear.
Esse tipo de visita sem aviso está previsto no Protocolo Adicional do Tratado de Não Proliferação (TNP). O Protocolo Adicional também obriga o país a comunicar informações sobre todas as operações do ciclo de combustível nuclear.
A aplicação do protocolo é uma das cobranças das potências mundiais que também exigem ao Irã a redução de seu programa de enriquecimento de urânio. Na terça-feira agências de notícias iranianas haviam divulgado que o governo do país também está disposto a suspender o enriquecimento de urânio a 20%, (um nível de pureza que poderia ser usado posteriormente para a construção de armas nucleares).
As negociações entre o Irã e o grupo 5+1 devem ser encerradas nesta quarta-feira. Esta foi a primeira rodada de conversas desde que o presidente do país, Hassan Rohani, assumiu o poder em agosto. Desde que assumiu, Rohani adotou uma postura pública mais pragmática do que a de seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, Rohani já afirmou que espera chegar a um acordo em seis meses.
Na terça-feira, Michael Mann, porta-voz da chefe de política externa União Europeia, Catherine Ashton, disse que há um sentimento de “otimismo cauteloso” na reunião em Genebra.
(Com agências EFE e France-Presse)














