Irã freou expansão nuclear, diz agência atômica da ONU
Secretário John Kerry diz que parte dos ativos do país podem ser liberados
O Irã praticamente interrompeu nos últimos três meses a expansão da sua capacidade de enriquecimento de urânio, informou nesta quinta-feira a agência de energia nuclear da ONU em um relatório que cobre a maior parte do período desde a posse do novo presidente do país, Hassan Rouhani.
O relatório trimestral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também mostrou que o estoque iraniano de urânio enriquecido de nível mais elevado cresceu 5%, passando para um total de 196 quilos, desde agosto.
O estoque de Teerã permanece abaixo dos 250 quilos necessários para a construção de uma bomba se o urânio for ainda mais refinado para o nível utilizado em armas.
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O relatório pode ter efeitos positivos na construção da confiança entre os negociadores envolvidos no debate do programa nuclear do Irã, que têm reunião marcada em 20 de novembro.
Potências – Em outro desenrolar da aproximação do Irã com o Ocidente, o secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta quinta-feira, pela primeira vez, que os Estados Unidos estudam liberar uma parte mínima dos cerca de 45 bilhões de dólares de ativos iranianos congelados em contas bancárias em todo o mundo.
Em um momento em que o secretário de Estado tenta persuadir os legisladores americanos das vantagens de um acordo com o Irã para deter seu controverso programa nuclear, Kerry insistiu que “as sanções não serão aliviadas com o núcleo radical do regime”.
“Serão mantidas 95% ou mais das atuais sanções”, afirmou o chefe da diplomacia americana em uma entrevista concedida ao canal MSNBC, depois do impasse das primeiras negociações em Genebra, no fim de semana passado.
“Estamos falando em liberar uma parte mínima disso, porque temos de fazer algo para que valha a pena para eles dizerem sim. Revisaremos nosso programa, o bloquearemos em seu atual estado e, inclusive, voltaremos atrás”, insistiu Kerry.
Negociadores das grandes potências – EUA, Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Alemanha – se reunirão novamente com o Irã na semana que vem, em Genebra, para buscar um acordo.
(Com agências EFE e France-Presse)