Irã exibe “confissões” que acusam Israel de matar cientistas
Para governo local, assassinatos são tentativas de atrasar programa nuclear
A televisão estatal do Irã exibiu as “confissões” de 13 iranianos que afirmaram ser membros das redes formadas e treinadas pelos serviços de inteligência israelenses para assassinar quatro cientistas nucleares da República Islâmica. A emissora mostrou oito homens e cinco mulheres que afirmaram ter participado dos assassinatos.
Nas imagens disponíveis pela TV, aparece Majid Jamali Fashi, executado por ter assassinado, em janeiro de 2010, Masud Ali Mohammadi, um importante físico nuclear. Ele afirmou que foi treinado pelos serviços de inteligência israelenses. Outro iraniano, Maziar Ebrahimi, afirma no vídeo ter sido “enviado a Israel para aprender a administrar explosivos e armas de guerra”.
Segundo a justiça iraniana, eles atuaram sob o comando do Mossad, o serviço de inteligência israelense, que teria feito um pagamento de 120.000 dólares. Recentemente, o ministério do Serviço Secreto do Irã disse que prendeu membros de várias redes vinculadas com Israel que tinham como objetivo assassinar cientistas nucleares iranianos.
Contexto – Desde 2010, quatro cientistas nucleares, Masud Ali Mohammadi, Majid Shahriari, Dariush Rezaie-Nejad e Mostafa Ahmadi Roshan, foram assassinados. Fereydun Abbassi Davani, atual diretor do programa nuclear iraniano, escapou de uma tentativa de assassinato.
O Irã acusa Israel e Estados Unidos, seus inimigos declarados, de ter organizado os assassinatos para desestabilizar seu programa nuclear. A República Islâmica também acusa seus inimigos de tentarem retardar os seus avanços nucleares com vírus que atingem suas usinas. O Ocidente acredita que, por trás de um programa nuclear de uso civil, o Irã tenta produzir uma bomba atômica.
(Com agência France-Presse)