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Irã e potências têm negociações positivas e marcam novo encontro

Por Por Siavosh Ghazi e Nicolas Cheviron
14 abr 2012, 18h35

O Irã e as grandes potências concordaram neste sábado a se reunir novamente em 23 de maio, em Bagdá, informou a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, após concluir em Istambul negociações consideradas “positivas”.

“Esperamos que os próximos encontros permitam dar passos concretos na direção de uma solução negociada que restaure a confiança internacional sobre o caráter exclusivamente pacífico do programa nuclear iraniano”, acrescentou Ashton. “Por isso nos reuniremos novamente em 23 de maio, em Bagdá”, afirmou.

A Casa Branca saudou as conversações sobre o Irã, as quais qualificou de “primeiro passo positivo”.

Ashton afirmou que as negociações deste sábado entre o Irã e o grupo 5+1 – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, que integram o Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha – foram “construtivas e úteis, e refletem os termos e o espírito das nossas recentes trocas de cartas com o Irã”.

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Ashton advertiu, no entanto, ao Irã que espera que próxima rodada de conversações na capital iraquiana sejam mais profundas do que as de Istambul e que conduzam a um avanço real.

O negociador em chefe do tema nuclear iraniano, Said Jalili, comemorou a atitude “positiva” dos países do grupo 5+1 nas conversas de Istambul.

Jalili elogiou, em declarações à imprensa, o “desejo da outra parte de diálogo e cooperação. Consideramos um sinal positivo (…) para o povo iraniano. A linguagem da ameaça e da pressão não funcionam”.

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“Os Seis consideraram que a fatwa do Guia Supremo sobre a proibição das armas atômicas é de grande importância e é a base de uma cooperação para um desarmamento nuclear global”, disse o responsável iraniano.

Ele destacou que o Irã tem como premissa “a arma atômica para ninguém, a energia atômica para todo mundo”.

Interrogado sobre o enriquecimento de urânio, que é um dos principais elementos de discórdia nas negociações, Jalili afirmou que “as duas partes não abordaram este assunto” em Istambul.

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Ele acrescentou que, “segundo o tratado de não proliferação nuclear (TNP), os direitos são definidos pelos membros signatários, em especial o direito ao enriquecimento”.

O guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, proferiu uma fatwa na qual afirma que as armas atômicas são proibidas pela religião.

“O clima é construtivo e as discussões, sérias”, havia dito o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, que chefia a delegação russa.

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Os Estados Unidos, como os outros países reunidos em Istambul, manifestaram o desejo de um encontro bilateral com o Irã, segundo o porta-voz europeu. “Todos os países expressaram o desejo de celebrar reuniões bilaterais” com o Irã, disse.

O encontro bilateral, que teria constituído uma abertura importante em um tema tão sensível, foi rejeitado por Teerã.

“Sua petição foi apresentada em várias ocasiões, mas o Irã a rejeitou”, declarou à AFP uma fonte da delegação iraniana.

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Os países ocidentais suspeitam que o Irã quer se equipar com a arma nuclear e se preocupam com a capacidade adquirida pelo país de enriquecer urânio para uso civil, embora também eventualmente militar.

Eles se interessam especialmente na fábrica Fordo, perto da cidade santa de Qom, que produz urânio enriquecido a 20%, mas poderia aumentar o enriquecimento aos 90% necessários para fabricar a arma nuclear.

“O que o Irã espera do grupo 5+1 é que pelo menos confiem em nós, anulando todas as resoluções ilegais (da ONU) e as sanções (contra o Irã) como primeira medida”, destacou neste sábado o jornal iraniano Kayan, ligado ao poder.

O Irã foi condenado por seis resoluções da ONU, das quais quatro incluem sanções. Estas medidas foram reforçadas desde 2010 por um embargo comercial, financeiro e petroleiro dos Estados Unidos e da União Europeia.

Os países da UE decidiram, ainda, impor um embargo petroleiro gradual sem precedentes ao Irã, que entrará em vigor em 1º de julho. Os Estados Unidos abriram o caminho para novas sanções ao fim de junho, que afetam as exportações iranianas de petróleo.

O Irã pede a suspensão das sanções e considera o enriquecimento de urânio um direito incontestável.

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