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Inflação oficial na Venezuela supera 60%

País enfrenta uma aguda crise econômica, com falta de dólares no mercado, diminuição das importações e desabastecimento de produtos básicos

Por Da Redação
13 jun 2014, 09h23

A inflação na Venezuela em 12 meses atingiu 60,9% em maio passado, após chegar a 5,7% em abril por “eventos de conflito político”, informou o Banco Central (BCV) do país nesta quinta-feira. Na última medição, divulgada em abril, o índice estava em 59%. Segundo o jornal El Universal, a alta acumulada de 23% em 2014 corresponde ao maior avanço no mesmo período desde 1996. De acordo com a nota oficial do BCV, “perturbações de caráter extraordinário, alheias a fatores próprios da atividade produtiva, influíram desfavoravelmente nos resultados do INPC [índice nacional de preços ao consumidor] (…) com o consequente efeito nos resultados da inflação”.

As principais altas foram registradas entre alimentos e bebidas não alcoólicas (6,4%), restaurantes e hotéis (6,9%), e transportes (10,1%). Imersa em um desequilíbrio financeiro em que as despesas excedem a renda das exportações de petróleo e a arrecadação de impostos, o governo solicitou ao Banco Central para imprimir mais dinheiro. O resultado óbvio de mais capital sem lastro em circulação no mercado é a inflação fora de controle. A oferta não pode acompanhar a demanda inflada pela injeção de bolívares.

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Além disso, há uma estagnação na produção de petróleo, principal produto de exportação do país, fazendo com que a Venezuela não consiga ampliar os lucros com a venda da commodity. Ao mesmo tempo, o preço dos bens importados aumenta rapidamente porque a demanda por dólares tornou-se insustentável, já que o governo controla o câmbio artificialmente desde 2003, e o livre acesso à compra e venda de divisas está proibido desde então.

O Sistema Complementar de Administração de Divisas (Sicad), criado ano passado, realiza leilões semanais de 100 milhões de dólares a uma taxa de 11,30 bolívares. Apenas importadores, porém, podem participar destes leilões. Pessoas físicas e jurídicas precisam realizar seus pedidos por meio de mecanismos burocráticos e somente no fictício câmbio oficial, de 6,30 bolívares por dólar. Nas ruas, a moeda americana é vendida por um valor mais de dez vezes mais caro, chegando até 70 bolívares. O resultado dessa política cambial insana é uma escassez de dólares no mercado venezuelano, com as empresas não conseguindo importar e, com isso, ampliando a inflação e o desabastecimento de produtos.

País com as maiores reservas petroleiras do planeta, a Venezuela atravessa uma severa crise econômica, com um déficit fiscal de entre 15% e 18% do PIB e escassez de produtos básicos, entre outros problemas. O presidente Nicolás Maduro acusa setores ligados à oposição venezuelana e conservadores dos Estados Unidos e Colômbia de promover uma “guerra econômica” contra seu governo. Desde o final do ano passado, seu governo iniciou uma “guerra econômica” contra setores acusados de “especulação financeira”. Grandes redes de varejo sofreram inspeções e algumas chegaram a ser forçadas a realizar saldões.

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A Venezuela enfrenta uma onda de protestos desde fevereiro devido à inflação, à falta de produtos básicos – como papel higiênico, açúcar, farinha ou leite – e à altíssima violência que provoca em média 65 mortes por dia no país.

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