Incêndios florestais são tão graves que fumaça da Rússia já atinge os EUA
Resultado de extensos incêndios florestais na Sibéria foi sentido no Alasca, em uma catástrofe ambiental resultante do aquecimento global está
Na vastidão da Sibéria, na Rússia, Yakutsk é conhecida como a cidade mais fria do mundo. Devido às baixíssimas temperaturas, as pessoas estão acostumadas a tomar precauções para sofrerem menos com o frio. No entanto, o clima parece estar mudando na cidade de pouco mais de 300 mil habitantes.
Nos últimos dias, Yakutsk está envolta em fumaça, enquanto incêndios próximos devastam florestas que foram ressecadas por semanas de ondas de calor. Com ventos fortes, a fumaça dos extensos incêndios tem chegado até o Alasca, maior e menos povoado estado dos Estados Unidos.
Em Yakutia, região onde fica Yakutsk, incêndios consumiram uma área equivalente a cinco milhões de campos de futebol desde o início do ano, de acordo com dados publicados pelo Serviço de Proteção Florestal Aérea do país.
Só na última segunda-feira, 19, a Rússia registrou mais de 400 incêndios florestais.
Nos Estados Unidos, um incêndio florestal no estado do Oregon também provocou uma densa fumaça que avançou cerca de 5.000 quilômetros de uma extremidade do continente à outra.
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A mais de 12.000 quilômetros de distância, a cidade de Nova York amanheceu com um nascer do sol vermelho intenso e uma espessa névoa marrom na quarta-feira, resultado direto das queimadas no Oregon.
Tanto na Rússia quanto nos EUA, assim como no Canadá, bombeiros estão travando uma batalha quase impossível para conter as chamas e impedir a propagação do fogo cavando uma espécie de trincheira na terra.
No Oregon, oito incêndios queimaram quase 475 mil acres até agora, em uma temporada de incêndios que as autoridades disseram que foi diferente de tudo que eles viram antes.
Na província canadense da Columbia Britânica, o governo declarou emergência devido aos incêndios florestais ocorridos na quarta-feira, 21. Quase 300 incêndios florestais ativos foram relatados no local.
Muitos fatores, como a má gestão da terra, desempenham um papel nos incêndios florestais, mas as mudanças climáticas estão tornando-os mais frequentes e intensos.
A maior parte da Europa, oeste dos EUA, sudoeste do Canadá e algumas regiões da América do Sul tiveram condições mais secas do que a média em junho, de acordo com o Serviço de Mudança Climática Copernicus, transformando as florestas em “barris de pólvora”.
Os incêndios florestais são parte de um ciclo climático vicioso. Não só as mudanças climáticas estão alimentando os incêndios, mas sua queima libera ainda mais carbono na atmosfera, o que agrava a atual crise. Alguns cientistas dizem que os incêndios deste ano são particularmente graves.
Ondas de calor e secas também estão tornando novas áreas vulneráveis a incêndios.
As cinzas de incêndios também podem acelerar o aquecimento global, escurecendo as superfícies que normalmente seriam de cor mais clara e refletiriam mais radiação solar. Isso também tem um efeito sério e de longo prazo no clima.