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Incêndio em submarino nuclear russo foi apagado

Por Por Antoine Lambroschini
30 dez 2011, 14h08

As autoridades russas anunciaram nesta sexta-feira que o incêndio declarado na véspera em um submarino nuclear foi apagado e descartaram qualquer risco de vazamento radioativo no incidente, que, segundo analistas, afeta a capacidade de dissuasão nuclear do país.

Nove pessoas – sete marinheiros e dois socorristas – foram hospitalizados depois de terem ficado levemente intoxicados pela fumaça, informou o comitê que acompanha o caso.

O submarino nuclear K-84 ‘Ekaterimburgo’ de 11.740 toneladas, um dos principais navios estratégicos russos, estava em reparos em um dique seco do estaleiro militar de Rosliakovo, ligado ao porto de Sveromosk (noroeste), porto da base da frota do Norte da Marinha russa.

A embarcação será submetida a reparos inicialmente previstas para 2013 e que durarão um ano.

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“O incêndio foi apagado”, declarou o ministro russo das Situações de Emergência, Serguei Shoigu, durante uma reunião da célula de crise.

Segundo o especialista militar Pavel Felguenhauer, o incêndio deste submarino da classe Delta-IV, segundo a classificação ocidental, afeta a capacidade de dissuasão nuclear russa.

O incêndio danificou parte do casco externo do submarino, que é coberto com um tipo de borracha, indicou o comitê investigador russo, que afirmou que nove pessoas ficaram hospitalizadas depois de terem sido “levemente” intoxicadas pela fumaça.

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O nível de radioatividade no local do incêndio do submarino K-84 “Ekaterinburgo” está dentro das normas e não apresenta “nenhuma ameaça para a população”, segundo um comunicado do ministério de Situações de Emergência.

O acidente ocorreu em Rosliakovo, um estaleiro naval militar que depende do porto de Sveromorsk (noroeste), a base da frota russa do Norte. Estas localidades chamadas “fechadas” não são acessíveis, a não ser com uma autorização especial.

Não havia armas a bordo do “Ekaterinburgo”, que se encontrava em reparo, e seu sistema de propulsão nuclear havia sido cortado.

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“É uma catástrofe enorme. Ao que parece, o navio não pode ser mais usado e, se for possível repará-lo, levarão anos”, disse Felguenhauer.

“Perder um submarino nuclear estratégico, que ainda poderia ser usado por 10 a 13 anos, é um golpe importante para o potencial de dissuasão nuclear”, completou, antes de lembrar que a Rússia tem seis navios do mesmo tipo.

O “Ekaterinburgo” pode transportar até 16 mísseis estratégicos. Este submarino realizava regularmente testes deste vetor de arma nuclear, o último dos quais ocorreu em julho.

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As autoridades ainda não informaram as causas do incêndio, que foi declarado na quinta-feira no andaime de madeira construído ao redor do submarino, antes de se espalhar para seu revestimento de borracha.

O presidente Dimitri Medvedev ordenou ao governo dirigido por Vladimir Putin que faça uma investigação para esclarecer totalmente as circunstâncias do acidente.

Segundo as imagens da televisão, colunas de fumaça subiram ao céu durante toda a noite, iluminadas por chamas de cor laranja.

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O “Ekateriumburgo” entrou em serviço em 30 de dezembro de 1985, ainda no período da União Soviética.

Com 167 metros de comprimento e largura máxima de 12,2 metros, o “Ekaterimburgo” pesa 11.740 toneladas, mas em imersão chega a 18.200 toneladas. Pode chegar a uma profundidade de 400 metros e transportar até 130 tripulantes.

Nos últimos anos, a Rússia ficou de luto em várias oportunidades após acidentes em submarinos.

O mundo inteiro se lembra da tragédia da jóia da marinha russa, o “Kursk”, que afundou em 2000 e cujos 118 tripulantes faleceram por falta de auxílio. Nesta época, a gestão do acidente por Vladimir Putin foi muito criticada.

Em outro incidente, em 2008, o sistema de combate de incêndio foi acionado de maneira inesperada a bordo do submarino Nerpa, no Oceano Pacífico, o que provocou a morte de 20 pessoas.

Esta embarcação, construída para ser alugada à marinha indiana por dez anos, foi entregue oficialmente à Índia na quinta-feira, com dois anos de atraso. Deve partir em direção ao subcontinente no início de janeiro, indicou a agência oficial ITAR-TASS na sexta-feira.

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