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Imprensa vaza carta do papa com dura resposta a pedido de Maduro

Pontífice se recusou a mediar negociações entre governo e oposição na Venezuela porque chavista descumpriu promessas em acordos anteriores

Por Da redação
Atualizado em 13 fev 2019, 17h36 - Publicado em 13 fev 2019, 13h30

O papa Francisco enviou uma dura resposta ao pedido de mediação da crise nacional feito pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em uma carta obtida pela imprensa italiana, o sumo pontífice recorda que em negociações anteriores o chefe de Estado quebrou todos os compromissos estabelecidos.

Segundo o jornal Il Corriere della Sera, Francisco respondeu à solicitação de Maduro para que o Vaticano sirva de mediador nas negociações entre o governo e a oposição em uma carta dirigida à “Sua Excelência o Sr. Nicolás Maduro” e não ao presidente, como é costume em documentos do tipo.

A veracidade da mensagem, datada de 7 de fevereiro e enviada pelo papa argentino, não foi confirmada nem negada pelo porta-voz interino do Vaticano, Alessandro Gisotti, que assegurou que se trata de uma “carta particular”.

“Infelizmente todas as tentativas (de mediação) foram interrompidas porque o que foi decidido nas reuniões não foi seguido por gestos concretos para alcançar os acordos”, lamenta o papa argentino na carta, segundo o resumo do jornal.

O conteúdo do texto seria uma resposta dura e decisiva do pontífice argentino ao pedido de mediação feito no início de fevereiro por Maduro para interceder na crise venezuelana.

Na carta, o papa lembra que o Vaticano esteve envolvido no passado sem sucesso em outras tentativas de mediação e adverte Maduro, com um tom elegante, que, embora sempre tenha apoiado o diálogo, exige que essas negociações tenham como objetivo, “acima tudo, o bem comum”.

Segundo o jornal italiano, que teve acesso a toda a carta, Francisco enfatizou que hoje mais do que nunca é necessário preencher todas as condições “para um diálogo frutífero e eficaz”, ao qual outras seriam acrescentadas “como resultado da evolução da situação”.

Entre essas condições, destaca os jornal, estão as manifestadas pela Assembleia Nacional, o Parlamento venezuelano, formado por maioria da oposição ao regime de Maduro.

Segundo o artigo, assinado pelo jornalista Massimo Franco, próximo ao pontífice, na carta o papa não se pronuncia sobre o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, assunto sobre o qual mantém uma posição “prudente”.

“Além da cautela diplomática, a opinião de Francisco e de seus conselheiros sobre Maduro é negativa”, resumiu Franco.

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O jornalista recorda que o grande temor do primeiro papa latino-americano é que a crise se degenere em um “derramamento de sangue”, como destacou na carta, e não exclui que “estenda a mão”, embora avisando que “não vai deixar ser usado pelo regime”.

Guaidó é presidente da Assembleia Nacional e se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, argumentando que o pleito que reelegeu Maduro no ano passado foi uma fraude.

Pedido de Maduro

No início de fevereiro, Nicolás Maduro disse que escreveu ao papa Francisco pedindo a sua ajuda e mediação.

“Enviei uma carta ao papa Francisco. Disse a ele que estou a serviço da causa de Cristo (…) e nesse espírito peço sua ajuda, em um processo de facilitação e reforço do diálogo”, segundo afirmou.

“Peço ao papa para fazer seus melhores esforços, para colocar sua vontade, para nos ajudar no caminho do diálogo, espero receber uma resposta positiva”, disse Maduro.

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