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Igreja encobriu mais de 1.000 casos de abuso sexual nos EUA

Relatório divulgado pela Procuradoria do Estado da Pensilvânia cita mais de 300 religiosos autores e acobertadores dos crimes

Por Da Redação
Atualizado em 11 mar 2021, 22h12 - Publicado em 14 ago 2018, 16h57

Bispos e outros líderes da Igreja Católica da Pensilvânia, nos Estados Unidos, encobriram abusos sexuais a mais de 1.000 pessoas cometidos por centenas de padres durante um período de quase setenta anos, segundo um relatório divulgado pela Suprema Corte do estado nesta terça-feira (14).

De acordo com as informações publicadas, os bispos persuadiram as vítimas a não denunciarem os abusos e convenceram policiais a não investigarem os casos. Foram citados mais de 300 religiosos.

O relatório também menciona mais de 1.000 vítimas identificadas nas seis das oito dioceses da Pensilvânia. É a maior investigação já realizada por um órgão do governo dos Estados Unidos sobre abuso sexual infantil na Igreja Católica.

A apuração foi conduzida pelo procurador-geral do estado, Josh Shapiro. Segundo ele, o relatório detalha as tentativas sistemáticas dos líderes da Igreja da Pensilvânia e do Vaticano de encobrir os crimes.

“Eles queriam encobrir o encobrimento”, disse Shapiro.

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Alguns detalhes específicos sobre os casos e os nomes dos religiosos envolvidos não foram divulgados no relatório.

A liberação dos documentos foi atrasada por uma série de processos judiciais da Igreja Católica, que alega que seus direitos constitucionais estão sendo violados. A Suprema Corte da Pensilvânia decidiu, então, que o relatório deveria ser publicado, mas com algumas restrições.

Algumas das vítimas dos abusos disseram estar aliviadas com a investigação, já que as acusações feitas contra os padres nunca antes tinham sido levadas adiante.

“Eu procurei dois bispos com acusações ao longo de cinco anos, e eles ignoraram e minimizaram minhas alegações”, disse o padre James Faluszczak, da cidade de Erie, que foi abusado quando criança e testemunhou perante a Suprema Corte.

Além de Faluszczak, o júri da Pensilvânia ouviu o depoimento de muitas outras vítimas e do bispo de Erie, durante os dois anos em que se reuniu para discutir o caso. O relatório abrange as dioceses de Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton.

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As acusações seguem a renúncia, no mês passado, do cardeal Theodore McCarrick, uma figura imponente na Igreja dos Estados Unidos e ex-arcebispo de Washington D.C. que foi acusado de abusar sexualmente de menores e adultos por décadas.

Vítimas de abusos e grupos de apoio pressionam há anos o governo americano a realizar uma investigação nacional sobre abusos dentro da Igreja Católica, assim como foi feito na Austrália. O país da Oceania criou uma comissão especial que passou quatro anos examinando acusações e casos de pedofilia em instituições religiosas e cívicas.

Os casos no país e no Chile reacenderam o debate sobre abusos sexuais na Igreja. Na nação sul-americana, 158 membros da Igreja Católica são investigados como autores ou cúmplices de abusos contra menores e adultos que se estenderam por quase seis décadas.

Nesta terça-feira, a polícia fez uma batida na sede da Conferência Episcopal do Chile, no centro de Santiago, por ordem do promotor Raúl Guzmán, que lidera a investigação.

Agentes das unidades de crime sexual e crime eletrônico da Polícia de Investigações (PDI) e os promotores responsáveis pelo caso estiveram depois na sede da Congregação dos Irmãos Maristas no Chile.

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Nas duas operações, a polícia obteve documentação e arquivos digitais sobre casos de abusos sexuais contra menores cometidos por membros dessa congregação nos colégios que administram no Chile. Pelo menos dez religiosos maristas foram denunciados por abusar de trinta crianças desde a década de 70.

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