Um homem de 58 anos cuja identidade não foi revelada vai receber uma indenização de 1,5 milhão de dólares australianos (cerca de 6,5 milhões de reais) da Igreja Católica da Austrália. Ele foi vítima do padre Gerald Ridsdale, que abusou de 65 crianças ao longo de 30 anos, e dos professores Leo Fitzgerald e Stephen Farrell, na Escola Primária de Meninos Irmãos Cristãos St. Alipius em Ballarat, no estado de Victoria, entre 1971 e 1973.
O caso ocorreu na época em que Ridsdale era sacerdote da Diocese de Ballarat e vivia no presbitério próximo à escola, além de ser capelão da instituição. O acordo entre vítima e a Igreja foi fechado na última sexta-feira, às vésperas de o caso ir a julgamento, e inclui as custas do processo. É o maior valor já indenizado pela Igreja Australiana por abuso sexual cometido por um sacerdote.
Em uma breve declaração a uma rede de jornais australiana, ele disse: “Eu me sinto vingado e ouvido. A Igreja assumiu a responsabilidade pelo que fizeram comigo. Não consigo apagar a memória, mas posso seguir em frente”.
Ridsdale está preso desde 1994, quando foi condenado por crimes associados à pedofilia. Ele se declarou culpado de pelo menos cinco acusações por abuso de menores entre 1961 e 1988, enquanto era sacerdote no sul da Austrália. As autoridades, inclusive, descobriram que o religioso fazia parte de uma rede de pedofilia em Ballarat, na década de 1970.
Em 2015, a vítima prestou depoimento à comissão real de abuso sexual infantil institucional, sob o pseudônimo de BAQ. Na ocasião, ele contou sobre ter sido abusado por Ridsdale no presbitério, sobre ser atacado por Farrell durante uma pescaria escolar e sobre seu terror enquanto esperava Fitzgerald decidir qual garoto ele abusaria na parte de trás da sala de aula.