Holanda registra primeira morte de paciente reinfectado pela Covid-19
Paciente tinha 89 anos e sofria de tipo de câncer raro; casos de reinfecção costumam apresentar sintomas leves
Uma holandesa de 89 anos tornou-se a primeira pessoa no mundo a morrer após contrair Covid-19 pela segunda vez. A idosa sofria de uma forma rara de câncer de medula óssea, o que agravou sua condição.
A virologista holandesa Marion Koopmans, que participa do trabalho de monitoramento de casos de reinfecção realizado pela Universidade de Oxford, explicou nesta terça-feira, 13, que a paciente teve que ser internada na primeira vez em que contraiu a doença, após desenvolver sintomas como febre alta e tosse, mas recebeu alta após cinco dias e testou negativo em dois testes após o desaparecimento dos sintomas.
A paciente holandesa também sofria de uma doença conhecida como Macroglobulinemia de Waldenström, uma forma rara de câncer de medula óssea. Dois meses depois de superar a Covid-19, a mulher começou novas sessões de quimioterapia, mas voltou a ter febre, tosse e a sofrer com falta de ar, e teve que novamente ser hospitalizada.
Ela foi submetida a um PCR, no qual testou positivo, mas dois testes serológicos que foram feitos para detectar se ela ainda tinha anticorpos contra o vírus em seu sangue deram negativo.
Oito dias após a segunda internação, a saúde da paciente piorou drasticamente, e ela morreu duas semanas depois. “Ela provavelmente morreu por conta do coronavírus, mas já estava muito doente”, disse Koopmans.
A virologista holandesa afirmou ainda que, na maioria dos casos de reinfecção, os sintomas foram menos graves do os apresentados durante a primeira infecção.
Cientistas de diversas instituições encaram as reinfecções como uma exceção, embora Koopmans acredite que “haverá mais casos relatados”. “A pergunta importante continua a ser se isso é típico da Covid-19”, disse.
Embora ela ressalte que a maioria das pessoas que superou o primeiro contágio esteja agora protegida “por mais tempo” contra a Covid-19, também reconheceu que “isso não durará uma vida inteira, porque nunca se viu isso com nenhum vírus respiratório”.
(Com EFE)