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Hamas impõe condições para negociar cessar-fogo

Grupo terrorista faz exigências sobre proposta do Egito que já foi aceita por Israel. Número de mortos em confronto continua a aumentar e voos para Israel seguem cancelados

Por Da Redação
23 jul 2014, 19h21

O grupo fundamentalista palestino Hamas afirmou nesta quarta-feira que não negociará nenhum cessar-fogo enquanto o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza não for interrompido. “Não vamos aceitar nenhuma iniciativa que não retire o bloqueio sobre nosso povo e que não respeite seus sacrifícios”, disse o chefe político do grupo, Khaled Meshaal, em uma entrevista coletiva no Catar. De forma desafiadora, também colocou a abertura da passagem da cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, e a libertação de prisioneiros palestinos como condições para uma eventual negociação.

Israel concordou com uma proposta de cessar-fogo do Egito, que foi recusada pelo Hamas. Nesta quarta-feira, o Exército informou que três soldados foram mortos, elevando o total de baixas para 32, e que um funcionário tailandês morreu atingido por um foguete disparado de Gaza contra uma região agrícola em Hof Ashkelon. O Ministério da Saúde em Gaza afirma que 682 palestinos morreram, incluindo 161 crianças, e que há 4.100 feridos.

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A única brecha indicada pelo líder terrorista foi para a negociação de uma trégua humanitária: “Nós precisamos de calma por algumas horas para evacuar os feridos e prestar assistência”. Ele fez um apelo à comunidade internacional para que remédios, combustível e outros suprimentos sejam enviados à Gaza. Contudo, o flagelo atual foi deliberadamente iniciado pelo Hamas, que, procurando fazer o maior número de vítimas entre o seu próprio povo para impulsionar sua causa, lançou centenas de foguetes contra Israel e depois obrigou os palestinos a se expor ao revide.

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Com isso, o grupo radical tenta resolver uma de suas piores crises, provocada pelos conflitos na Síria e no Iraque e pelas mudanças políticas no Egito. Sem receber recursos, o Hamas fez uma aliança com o partido Fatah, que governa a Cisjordânia. Contudo, o Fatah, da Autoridade Palestina, também deixou de pagar aos administradores da Faixa de Gaza. (Continue lendo o texto)

Israel impôs restrições à Gaza em 2006, depois do sequestro do soldado israelense Gilad Shalit. No ano seguinte, as medidas foram reforçadas, com a ascensão do grupo terrorista islâmico ao poder. No interregno em que os extremistas da Irmandade Muçulmana controlaram o Egito, a fronteira entre os dois países funcionou como rota de abastecimento de armas e outros recursos. Voltou a ser fechada pelo novo regime que execra o Hamas.

No dia 8 deste mês, o governo israelense lançou uma operação em resposta aos ataques do grupo ao seu território. Dez dias depois, uma ofensiva terrestre foi lançada para destruir túneis clandestinos construídos para chegar ao território israelense. Nesta semana, o secretário de Estado americano, John Kerry, realiza uma série de reuniões para tentar conseguir uma trégua que parece distante com a posição manifestada pelo Hamas. Hoje, Kerry disse que “ainda há muito trabalho” a ser feito até que se chegue a um cessar-fogo, principalmente porque o objetivo é alcançar um “processo sustentável” para evitar que conflitos entre Israel e o Hamas voltem a ocorrer de tempos em tempos.

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Países que as empresas aéreas dos EUA não podem sobrevoar

Voos ainda suspensos – A Federal Aviation Administration (FAA), órgão responsável pela aviação americana, citou um “novo fato significativo” para renovar nesta quarta a orientação pela suspensão dos voos de companhias aéreas americanas para o Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, Israel. Sem dar detalhes, a agência disse estar trabalhando em conjunto com as autoridades para que o alerta possa ser revertido o mais rápido possível. “A agência está trabalhando junto ao governo de Israel para rever o novo fato significativo que eles nos forneceram e determinar quais potenciais riscos à aviação civil americana são oferecidos. Feito isso, a agência poderá resolver as suas preocupações o mais rápido possível”, disse a FAA, em comunicado.

A U.S. Airways afirmou que pretende retomar os voos para Tel Aviv na quinta-feira, caso a FAA dê a autorização para tal. A Delta Air Lines, por sua vez, disse que seguirá com a suspensão por tempo indeterminado. Entre as companhias europeias, a alemã Lufthansa declarou que, “com base na análise da informação disponível”, os seus voos continuarão suspensos. A Agência de Segurança da Aviação Europeia também havia recomendado que as linhas evitassem passar por Tel Aviv na terça-feira. A British Airways, no entanto, não alterou nenhuma de suas rotas programadas para o Ben Gurion.

A decisão das companhias aéreas ocorre em um momento em que as empresas estão mais sensíveis sobre os riscos de passar sobre áreas em conflito, depois que um avião da Malaysia Airlines foi abatido por um míssil quando sobrevoava o leste da Ucrânia.

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