Guerra no Mali custou 70 milhões de euros à França
Conflito em ex-colônia tira de cofres púlicos 2,7 milhões de euros diários
A intervenção militar francesa no Mali, que começou em 11 de janeiro, já custou aos cofres da França 70 milhões de euros (185 milhões de reais), informou nesta quinta-feira o jornal Le Parisien. Na quarta-feira, o ministro de Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse que a França quer que a missão militar africana no Mali seja substituída até abril por uma força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Entenda o caso
- • No início de 2012, militantes treinados na Líbia impulsionam uma grande revolta dos tuaregues no norte do Mali. Em março, o governo sofre um golpe de estado.
- • Grupos salafistas, com apoio da Al Qaeda, aproveitam o vácuo de poder para tomar o norte do país – onde impõem um sistema baseado nas leis islâmicas da ‘sharia’.
- • Em janeiro de 2013, rebeldes armados, com ideais bastante heterogêneos, iniciam uma ofensiva em direção ao sul do Mali, e o presidente interino, Dioncounda Traoré, pede socorro à França.
- • Com o aval das Nações Unidas, François Hollande envia tropas francesas e dá início a operações aéreas contra os salafistas, numa declarada guerra contra o terrorismo.
“Jean-Yves Le Drian, ministro da Defesa, informou ontem o aspecto financeiro da operação Serval em uma audiência parlamentar fechada à imprensa. Segundo nossas informações, calculou em 70 milhões de euros a quantia desembolsada pela França para financiar esta operação”, afirma o jornal francês.
“O que mais custa é o transporte de tropas e material: 50 milhões de euros foram gastos para transportar os 4.000 soldados e seus equipamentos para a África”. “Transportamos 10.000 toneladas de material em 15 dias. Tanto como em um ano na retirada do Afeganistão”, afirmou o ministro Le Drian, segundo o jornal.
Outro gasto é o salário dos soldados, que em operação dobram ou triplicam os saldos. Segundo o jornal, a França gasta por dia 2,7 milhões de euros. Uma conta consideravelmente maior que na Líbia (1,6 milhão de euros diários) ou Afeganistão (1,4 milhão). No entanto, o ministro da Defesa afirmou ao jornal que “o cálculo não é pertinente” porque “não se podem comparar conflitos de duração e natureza diferentes”.
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Depois de expulsar milícias islâmicas de cidades do norte do Mali em três semanas de intervenção militar, a França está interessada em não se envolver em uma custosa mobilização prolongada. Segundo diplomatas na ONU, o Conselho de Segurança cogita adotar até o começo de março uma resolução que substitua a atual força africana por uma subordinada à ONU. Seriam necessários então 45 a 60 dias para “trocar os capacetes” dos soldados, o que envolveria também uma redução do seu número.
(Com agências France-Presse e Reuters)