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Guantánamo: cinco acusados do 11/9 levados a tribunal

Por Da Redação
5 Maio 2012, 14h27

Os cinco acusados de organizar os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, incluindo o autoproclamado mentor dos ataques, Khaled Sheikh Mohammed, começaram a comparecer neste sábado perante um tribunal militar na base de Guantánamo, na ilha de Cuba.

“A acusação está pronta para proceder no caso de (os ataques de) Khaled Sheikh Mohamed contra os Estados Unidos”, declarou o principal promotor, general Mark Martins.

Khaled Sheikh Mohamed, um kuwaitiano de 47 anos, o iemenita Ramzi ben al-Shaiba, o paquistanês Ali Abd al-Aziz Ali, conhecido como Mohamed al-Balushi, e os sauditas Walid ben Attach e Mustafah al-Husaui, serão acusados de “ser responsáveis da preparação e execução dos atentados de 11 de setembro em Nova York, Washington e Shanksville (Pensilvânia, nordeste), que mataram 2.976 pessoas”, informou previamente o Departamento de Defesa americano.

Os acusados podem ser condenados à pena capital pela morte das 2.976 vítimas dos atentados.

Esta é a primeira vez que eles aparecem em público, depois de mais de três anos. Estavam sentados a uma certa distância uns dos outros, quatro deles sem algemas nas mãos, vestidos com uniformes brancos e alguns deles usando um filá, pequeno chapéu muçulmano, constatou um jornalista da AFP.

Khaled Sheikh Mohamed, o cérebro dos ataques, exibia uma longa barba. Seu advogado, David Nevin, anunciou que seu cliente provavelmente não fará declarações na audiência porque “tem profundas preocupações sobre a imparcialidade do processo”.

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O juiz James Pohl afirmou que seu silêncio obedecia a uma “decisão” própria.

O advogado de Ben Atach pediu que seu cliente, o único algemado, fosse solto, argumentando a “dor” que provocavam. O juiz assentiu, após se assegurar de que o acusado se comprometia a “se portar de forma apropriada” e afirmou estar algemado devido ao seu “comportamento no exterior”, antes da audiência.

Outro acusado, Ben al Chaiba, de repente ficou de pé e se ajoelhou várias vezes para refazer, interrompendo os debates.

Os representantes das famílias presentes na base naval em Cuba foram selecionados por sorteio para assistir ao julgamento de sábado. As outras famílias poderão acompanhar a audiência por telões instalados em quatro bases militares em solo americano.

O presidente americano, Barack Obama, desejava um julgamento em Manhattan, perto das Torres Gêmeas atacadas. Mas a ideia foi barrada pela oposição republicana no Congresso, que bloqueou a transferência de acusados de terrorismo ao território americano.

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Algumas autoridades consideram que os tribunais de Guantánamo são “injustos”, “ilegítimos” e que representam uma “justiça de segundo plano”, algo nefasto para a imagem dos Estados Unidos.

“A História manterá vivo a lembrança de um grave erro”, disse à AFP o coronel Morris Davis, ex-procurador-chefe na base naval americana em Cuba, cujo controverso sistema foi criado pelo ex-presidente George W. Bush, após os ataques de 2011 em Nova York e em Washington.

Estes tribunais “foram reformados uma e outra vez e não há forma de reabilitá-los”, acrescentou o coronel Davis. “Socavamos nossa autoridade moral e pusemos em risco nossos princípios por pelo menos dez anos”, sustentou.

No entanto, seu sucessor, general Mark Martins, assegurou à AFP que o tribunal militar “estabelecido por cinco atas do Congresso, estabelecem várias garantias fundamentais”.

“Levamos em conta sua preocupação”, disse aos advogados de defesa um dia antes da audiência, mas “vamos aplicar a lei e este processo será justo”, prometeu à imprensa.

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