Guaidó se aproxima de petroleiros da PDVSA
Trabalhadores tradicionalmente ligados ao chavismo apresentam plano de recuperação da estatal, a principal fonte de receitas do governo
Em seu primeiro evento com petroleiros, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou que o “país não está polarizado”. “A nação não está dividida, mas está unida e comprometida com a democracia”, declarou. O encontro marcou a tentativa de aproximação de Guaidó com um grupo de trabalhadores historicamente ligado ao ex-presidente Hugo Chávez.
Em discurso aos petroleiros, em uma universidade particular de Caracas, Guaidó lembrou mais uma vez os mortos nos conflitos desta semana na Venezuela e prometeu “justiça”. “Eles derramaram sangue por nosso sonho de democracia”, disse, ao prometer que o governo de Nicolás Maduro acabará em “curtíssimo prazo”.
Guaidó evitou projetar quais serão suas ações no setor petroleiro. Mas assinou um plano de recuperação da PDVSA elaborado pelos funcionários da estatal, que controla a exploração e a distribuição do petróleo no país e no exterior. Os petroleiros também apresentaram a Guaidó um plano para a recuperação da produção que, segundo eles, foi reduzida durante o governo Nicolás Maduro.
Trabalhadores da empresa disseram que hoje a PDVSA produz cerca de 570.000 barris diários de petróleo – número inferior aos 3 milhões de barris produzidos em 1999, no auge da empresa.
Nos últimos anos, a produção da companhia caiu gradativamente em razão da falta de investimentos, de sua ação em outras áreas não relacionadas com o ramo petroleiro e, mais recentemente, das sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao setor. A PDVSA é responsável pela maior parte das receitas do governo venezuelano.