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Grupos de ateístas buscam novos adeptos nos Estados Unidos

Antes do Natal e do final do ano, os americanos estão prestes a serem atingidos por uma série de anúncios

Por The New York Times
10 nov 2010, 20h50

Antes do Natal e do final do ano, os americanos estão prestes a serem atingidos por uma série de anúncios que promovem a alegria e a sabedoria do ateísmo. Quatro organizações nacionais diferentes e concorrentes, que representam diversas correntes de ateus, humanistas e livre pensadores em breve espalharão seu evangelho por meio de outdoors, ônibus, trens e em jornais e revistas.

O mais recente, lançado na terça-feira em Washington, é o primeiro a incluir anúncios na TV a cabo. A campanha justapõe passagens particularmente primitivas – até mesmo bárbaras – da Bíblia e do Alcorão com citações de ateus e humanistas como Albert Einstein e Katharine Hepburn.

Os grupos dizem que estão surfando nesta onda porque são conscientes de que há um grande e inexplorado potencial para suas fileiras. O percentual de adultos americanos que dizem não ter religião duplicou nas últimas duas décadas, para 15% da população, de acordo com a American Religious Identification Survey, realizada por pesquisadores do Trinity College em Harford e divulgada em 2008. Mas o número de ateus em organizações não passa de dezenas de milhares.

Essa é uma razão para as múltiplas campanhas: os grupos estão competindo uns com os outros para ganhar mercado, diz Mark Silk, diretor fundador do Centro Greenberg para o estudo da religião na vida pública, que também é do Trinity College. “Há um ambiente competitivo para os ‘sem religião’, e eles estão atrás de qualquer participante que possam agarrar”, disse Silk.

Baseado na generosidade de alguns ateus ricos, esses grupos são capazes de financiar os esforços para recrutar e organizar a população que em geral não se envolve ou é enrustida.

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“A única maneira de combater o estigma sobre os ateus e agnósticos é fazer com que as pessoas saibam como eles são. É a mesma ideia do sair-do-armário das campanhas pelos direitos dos gays”, disse Annie Laurie Gaylor, co-presidente da Fundação para a Liberdade de Religião, em Madison, Wisconsin, um dos grupos que veicula propagandas.

Os líderes dos grupos dizem que estão tentando mostrar o secularismo em um momento em que a direita religiosa e políticos que dizem que os Estados Unidos são uma “nação cristã” estão em marcha, graças ao resultado das últimas eleições legislativas, quando não apenas os falcões do déficit ganharam assentos no Congresso, mas muitos religiosos conservadores também.

Várias campanhas são imaginadas não apenas para os não crentes, mas também para liberais que podem se alarmar com as brechas no muro que separa igreja e estado. Os ateus acreditam que as pessoas que são religiosas e politicamente liberais têm mais em comum com ateístas e secularistas do que com religiosos conservadores.

“Precisamos denunciar os políticos que alegam que a lei americana deve ser baseada na Bíblia e nos Dez Mandamentos”, disse Todd Stiefel, um executivo aposentado da indústria farmacêutica que está por trás da campanha publicitária que cita passagens alarmantes das Escrituras. “Nossos pais fundadores criaram uma democracia secular.”

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A campanha mais cara é da Associação Humanista Americana. Sfiefel doou 150 mil dólares à fundação – três quartos do custo, parte do qual destinado a anúncios em TV a cabo. A campanha cita passagens bíblicas sobre as mulheres, a homossexualidade ou a ira de Deus, como esta, do Antigo Testamento:

“Samária levará sobre si a sua culpa, porque se rebelou contra o seu Deus; cairá à espada; seus filhinhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão fendidas” (de Oseias 13:16).

Isso é apresentado ao lado de uma citação de Albert Einstein, dizendo que “não pode imaginar” como um Deus.

As campanhas variam do amigável ao confronto. No lado mais briguento do espectro, a Ateus Americanos, fundada em 1963 por Madalyn Murray O’Hair, colocou um outdoor pouco antes do Dia de Ação de Graças num túnel entre New Jersey e Nova York. Apresentava um presépio e as palavras: “Você sabe que é um mito. Nesta temporada, comemore a razão”.

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