Grupo pró-Rússia invade sede da administração de Donetsk
Bandeiras russas foram colocadas no lugar das ucranianas. Prédios do governo local também foram alvo de manifestantes em Lugansk
Por Da Redação
6 abr 2014, 16h10
Ativista pró-Rússia agita uma bandeira acima diante de membros da polícia ucraniana no prédio da administração regional em Donetsk, na Ucrânia (Alexander Ermochenko/AP/VEJA)
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Grupos favoráveis à Rússia invadiram prédios dos governos locais nas cidades de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia. Em Donetsk, cerca de cinquenta pessoas ocuparam a sede da administração regional, içaram bandeiras russas e exibiram cartazes com os dizeres “Donetsk, cidade russa”. Ao todo, eram mais de 2 mil manifestantes nos arredores do edifício. Alguns defenderam a realização de um referendo a favor da independência da Ucrânia. Uma consulta popular similar foi feita na península da Crimeia em março, antes de o território ser anexado pela Rússia. Em Lugansk, os manifestantes jogaram ovos, uma granada de fumaça e um coquetel molotov contra o edifício, segundo informação da imprensa ucraniana.
Diante da crise no leste, o presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, cancelou uma viagem à Lituânia e convocou uma reunião de emergência com as forças de segurança. A nova administração que assumiu o comando do país depois da deposição do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich tem enfrentado forte oposição das regiões de maioria russa.
Vladimir Putin baseia suas ambições sobre o território ucraniano na tese de que é necessário defender a população de origem russa que habita principalmente o leste do país, argumento rejeitado pelas potências ocidentais, que condenaram a anexação da Crimeia e impuseram sanções à Rússia. A tensão permanece elevada, com milhares de soldados russos ainda na região de fronteira, mesmo depois de o governo alemão ter afirmado, no início desta semana, que Putin havia ordenado uma “retirada parcial” das tropas da região.
O ministro do Interior, Arsen Avakov, acusou Yanukovich de conspirar com Putin para aumentar as tensões. O presidente deposto, que tinha Donetsk como base eleitoral, fugiu para a Rússia durante a crise. “Putin e Yanukovich ordenaram e pagaram por essa última onda de desordem separadista no leste do país. As pessoas que participaram da invasão não eram muitas, mas eram muito agressivas”, afirmou Avakov, em comunicado. “A situação voltará ao controle sem derramamento de sangue”. (Continue lendo o texto)
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1/56 Soldados supostamente russos, se protegem atrás de um blindado, enquanto tentam invadir a base aérea de Belbek, na Crimeia (Shamil Zhumatov/Reuters/VEJA)
2/56 Veículo militar supostamente russo, é visto em frente a entrada da base aérea de Belbek, na Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
3/56 Fogos de artifício explodem sobre a praça central de Simferopol, na Crimeia, enquanto moradores celebram a primeira sexta-feira como parte da Rússia (Reuters/VEJA)
4/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
5/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
6/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Rruters/VEJA)
7/56 Em Sevastopol, comemoração após referendo de anexação da região da Crimeia à Rússia (Reuters/VEJA)
8/56 Soldado russo patrulha torre na Crimeia, nesta quianta-feira (20) (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
9/56 Soldados russos patrulham área circundante da unidade militar ucraniana em Perevalnoye, na região de Simferopol, Crimeia, nesta quinta-feira (20) (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
10/56 Soldados russos patrulham área circundante da unidade militar ucraniana em Perevalnoye, na região de Simferopol, Crimeia, nesta quinta-feira (20) (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
11/56 Após incorporação da Crimeia à Rússia, letreiro do Parlamento local é trocado por Conselho do Estado da República da Crimeia em Simferopol (VEJA.com/VEJA)
12/56 Homens tiram o letreiro que dá nome ao Parlamento da Crimeia (Reprodução/Twitter/VEJA)
13/56 Mulher passa por soldados russos na sede da Marinha em Simferopol. O Tribunal Constitucional da Rússia decidiu por unanimidade que o presidente Vladimir Putin agiu legalmente ao incorporar a região da Crimeia à Rússia (AFP/VEJA)
14/56 Soldados russos nas ruas de Simferopol, na Ucrânia (Alisa Borovikova/AFP/VEJA)
15/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
16/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Hannibal Hannschke/EFE/VEJA)
17/56 Povo da Crimeia comemora na Praça Lênin, em Simferopol, o resultado do referendo que anexa a Crimeia à Rússia (Dimitar Dolkoff/AFP/VEJA)
18/56 População comemora o resultado do referendo na Praça Lênin, em Simferopol, capital da Crimeia (Dimitar Dilkoff/AFP/VEJA)
19/56 Oficiais começam a contagem dos votos do referendo da Crimeia, em Simferopol (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
20/56 Mulher deposita seu voto em uma urna do referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
21/56 Homem deixa a cabine de votação após escolher se a Crimeia deve ou não se separar da Ucrânia, na Crimeia (Filippo Monteforte/AFP/VEJA)
22/56 Mulher deposita seu voto em uma urna do referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
23/56 Criança segura o voto do referendo que decidirá se a Crimeia deve ou não se separar da Ucrânia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
24/56 Urnas são vistas com votos sobre o referendo que irá decidir o futuro da Crimeia (Sergei Karpukhin/Reuters/VEJA)
25/56 População da Crimeia vota em referendo na região de Bakhchysarai (DIMITAR DILKOFF / AFP/VEJA)
26/56 Em Sevastopol, funcinários arrumam local de votação para o referendo do dia 16/03/2014 (AFP/VEJA)
27/56 Em Simferopol, ucranianos passam por placa do referendo que acontece em 16/03/2014 (AFP/VEJA)
28/56 Bandeiras russas na Praça Vladmir Lenin, fundador da União Soviética, na cidade ucraniana de Simferopol (AFP/VEJA)
29/56 Manifestação pró-Rússia nas ruas da cidade ucraniana de Simferopol (AFP/VEJA)
30/56 Manifestante pró-Ucrânia segura um retrato do presidente russo Vladimir Putin com referência a Adolf Hitler, durante um comício na cidade Simferopol na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
31/56 Manifestante pró-Ucrânia com a bandeira do país, durante um comício na cidade Simferopol contra a intervenção russa na Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
32/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício na cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
33/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício no centro da cidade ucraniana de Donetsk (Konstantin Chernichkin/Reuters/VEJA)
34/56 Manifestantes pró-Ucrânia participam de um comício em Simferopol contra a intervenção russa na Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
35/56 Homens armados, supostamente militares russos, marcham fora de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye perto da cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
36/56 Manifestantes pró-Rússia participam de um comício na cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
37/56 Militares russos montam guarda a bordo um navio da Marinha em Sebastopol, na Crimeia (Zurab Kurtsikidze/EFE/VEJA)
38/56 Homens armados, supostamente militares russos, marcham fora de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye perto da cidade de Simferopol, na região da Crimeia (Thomas Peter/Reuters/VEJA)
39/56 Tropas da Rússia desembarcam na base aérea de Belbek, na Crimeia (Sean Gallup/Getty Images/VEJA)
40/56 Militares ucranianos deixam aeroporto de Belbek, na região da Crimeia (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
41/56 Soldados ucranianos jogam futebol próximo a veículos militares russos, na Crimeia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
42/56 Soldados ucranianos descansam perto da entrada da base aérea de Belbek na periferia de Sebastopol, na Crimeia (Viktor Drachev/EFE/VEJA)
43/56 Pilotos da força aérea ucraniana sentados em sacos de areia na base aérea militar em Belbek, perto de Sebastopol, que está cercada por forças russas (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
44/56 Soldados ucranianos montam guarda em base militar da Crimeia, na Ucrânia (Darko Vojinovic/AP/VEJA)
45/56 Pilotos da força aérea ucraniana montam guarda na base aérea militar em Belbek, perto de Sebastopol, que está cercada por forças russas (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
46/56 Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acompanhado do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a caminho do local de realização de exercícios militares em Kirillovsky, na região de Leningrado (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters/VEJA)
47/56 Militares russos montam guarda no Aeroporto Internacional de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
48/56 Militares e ativistas pró-Rússia foram vistos no aeroporto de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
49/56 Militares russos montam guarda no Aeroporto Internacional da cidade de Sebastopol, na região da Crimeia, Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters/VEJA)
50/56 Integrantes da marinha ucraniana observam um navio russo posicionado na baía de Sebastopol, na região da Crimeia (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
51/56 Homens armados patrulham ao redor do edifício do parlamento regional, na cidade de Simferopol, região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
52/56 Soldado das forças armadas russas aguarda na fronteira da Ucrânia para entrar na cidade de Crimeia, em 01/03/2014 (Baz Ratner/Reuters/VEJA)
53/56 Homem segura uma bandeira militar da era soviética durante um comício pró-Rússia em Simferopol, na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
54/56 Homem segura a bandeira da Rússia durante um protesto em Crimeia, na Ucrânia em 01/03/2014 (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
55/56 Homens armados patrulham o aeroporto de Simferopol, na república autônoma da Crimeia, sul da Ucrânia, nesta sexta-feira (28) (Viktor Drachev/AFP/VEJA)
56/56 Manifestantes estendem bandeira gigante da Rússia na Crimeia, ao sul da Ucrânia (David Mdzinarishvili/Reuters/VEJA)
Jornalista morto – O corpo de um jornalista que participou dos protestos contra Yanukovich foi encontrado enterrado em uma floresta a cerca de 100 quilômetros da capital Kiev. Vasily Sergiyenko, integrante do partido nacionalista de direita Svoboda (Liberdade), havia sido levado de sua casa na cidade de Korsun-Shevchenkivskiy na noite de sexta-feira, informou o jornal britânico The Guardian.
Segundo amigos que fazem parte da unidade de auto-defesa do jornalista – uma das dezenas de organizações locais que surgiram durante os protestos contra Yanukovich, Sergiyenko foi torturado antes de ser morto. O partido Svoboda afirmou que a morte tinha características de um assassinato com motivação política. O jornalista era membro ativo do Automaidan, movimento que reunia motoristas contrários ao presidente deposto. Um dos chefes do grupo, Dmytro Bulatov, foi raptado no final de janeiro e liberado oito dias depois. Ele alegou ter sido espancado e crucificado por seus sequestradores.
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