Grupo ataca palácio presidencial do Iêmen e quatro morrem
Ação ocorre após chefe local da Al Qaeda ser morto em operação militar
Terroristas ligados à rede Al Qaeda atacaram o palácio presidencial do Iêmen, nesta sexta-feira, deixando quatro soldados mortos. O ataque durou cerca de uma hora, período em que o presidente Abdu Mansur Hadi não estava no local. Uma explosão perto da sede do serviço de inteligência iemenita também foi registrada. Postos de controle foram instalados nas principais entradas da capital.
Os atentados seriam uma reação à maior operação contraterrorismo no país nos últimos anos, que resultou na morte de um chefe da Al Qaeda na região. Mohammed Said al-Shabwani era apontado como responsável por planejar sequestros e assassinatos, inclusive de estrangeiros. Na segunda-feira, um francês que trabalhava como agente de segurança de uma missão da União Europeia foi morto em Sana. O terrorista Shabwani também foi morto na capital, em uma troca de tiros com as forças de segurança, segundo comunicado divulgado pela agência de notícias oficial Saba.
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Nesta sexta, dois homens de origem tunisiana e com cidadania francesa apontados como membros de uma célula da rede terrorista foram presos. Identificados como Mourad Abad e Taha Abdulla al-Issawi, eles aeroporto, quando tentavam deixar o país. De acordo com autoridades, os dois pertenceriam ao braço da rede terrorista na província de Hadramout, no leste do Iêmen. Na semana passada, o governo iemenita anunciou a morte de vários terroristas estrangeiros durante uma ação militar. Segundo o presidente Mansur, o grupo incluiria até brasileiros. O Itamaraty ainda investiga o caso e há a suspeita do uso de documentos falsos.
Desde o final de abril, o governo do Iêmen intensificou sua campanha contra o grupo considerado a unidade mais ativa da rede terrorista, a Al Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês), conseguindo retomar o controle de redutos dos extremistas nas províncias meridionais de Shebua e Abian. Segundo o governo, estas ações resultaram na a morte de pelo menos 37 terroristas. Na segunda-feira, o Ministério do Interior havia advertido sobre o risco de uma intensificação das operações da AQAP em retaliação às recentes ofensivas militares. “Estas enormes perdas levarão a Al Qaeda a cometer atos histéricos e desesperados, mobilizando seus partidários e suas células para atacar os oficiais da polícia e do Exército”.
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Autoridades dos EUA consideram a célula da Al Qaeda na região uma das mais perigosas da rede terrorista, por isso apoiam o Exército do Iêmen com aviões não tripulados. Citando ataques recentes contra alvos ocidentais no país, o governo americano fechou sua embaixada em Sana nesta semana. A Al Qaeda na Península Arábica surgiu em 2009, depois da fusão entre a Al Qaeda da Arábia Saudita e a do Iêmen, mas já operava nos dois países desde a década de 1990.
(Com agências EFE, Reuters e France-Presse)