Grupo 5+1 e Irã ficam no impasse e agendam nova reunião
Governo iraniano insiste em 'direito de enriquecer urânio em qualquer nível'
O Grupo 5+1 e o Irã não conseguiram chegar a um consenso nesta terça-feira depois de mais de 15 horas de reuniões distribuídas em dois dias em Moscou. Por isso, decidiram realizar um novo encontro em nível de analistas em 3 de julho, em Istambul, na Turquia.
A decisão foi anunciada em entrevista coletiva ao término da rodada de negociações realizada na capital russa por Catherine Ashton, chefe da delegação do Grupo 5+1, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) mais Alemanha .
“A intenção do novo encontro é melhorar o entendimento entre as partes e estudar as questões colocadas pelo Irã durante nossa negociação”, afirmou Catherine, que também é alta representante de Política Externa e Segurança Comum da União Europeia (UE).
A diplomata, que manteve nesta terça-feira uma reunião a portas fechadas com o chefe da delegação iraniana, Saeed Jalili, manifestou certa satisfação pela ‘ligeira aproximação’ entre as partes negociadoras, mas ressaltou que as diferenças entre Irã e a comunidade internacional continuam grandes. “Ao fim, pela primeira vez, tivemos debates reais sobre a necessidade de entender detalhes técnicos.” Em maio, a reunião terminou igualmente sem resultados concretos.
Exigências – As exigências do Grupo 5+1 são as mesmas que foram apresentadas na última rodada de negociações realizada em Bagdá no final de maio: o fim do enriquecimento do urânio ao nível de pureza 20%, o fechamento da fábrica nuclear e a saída do urânio enriquecido de território iraniano. “Oferecemos medidas mútuas como primeiros passos para fortalecer a confiança. Estamos dispostos a avançar, prontos para tomar medidas concretas em resposta às ações do Irã”, afirmou Catherine.
Contudo, durante as negociações em Moscou, o Irã não abriu mão de seu ‘direito de enriquecer urânio em qualquer nível’, afirmou o chefe dos negociadores iranianos, Said Jalili, ao final dos dois dias de reuniões. “Nós insistimos no fato de que o enriquecimento de urânio com um objetivo pacífico em todos os níveis é um direito da República Islâmica”, disse Jalili durante uma entrevista coletiva à imprensa.
(Com agências EFE e France-Presse)