
Os franceses promovem nesta quinta-feira uma greve geral que já provoca atrasos no sistema de transporte, interrompe serviços públicos e deixa milhões de crianças sem professores nas escolas. A paralisação representa o maior teste político interno já enfrentado pelo presidente Nicolas Sarkozy desde que tomou posse, em 2007.
Servidores públicos e funcionários de empresas privadas convocaram a greve para demonstrar sua preocupação com os feitos da crise financeira mundial na França, além de exigir do governo medidas de estímulo ao emprego, melhoras no poder aquisitivo e a defesa do serviço público, já que estão previstas 30.00 demissões para o setor.
De acordo com a rede britânica BBC, o governo francês teme que manifestações até então isoladas se transformem em um amplo movimento de contestação social no país. Cerca de 200 protestos vão ocorrer durante todo o dia em todo o país. Os efeitos da paralisação devem afetar ainda universidades, hospitais, correios, aeroportos, rádios e televisões públicas, portos, empresas de energia e telecomunicações.
Em Paris, quem precisou de transporte público pela manhã foi obrigado a optar por outro meio de locomoção, como a bicicleta, ou até mesmo fazer longas caminhadas sob a temperatura negativa. Os trabalhadores de companhias ferroviárias já apelidaram o dia de “quinta-feira negra”.
Muitos bancos não abriram, e alguns trabalhadores das indústrias também se uniram à greve. Até mesmo os funcionários do Banco Central da França e das agências de seguro-desemprego, além de juízes e advogados, participam dos protestos junto a desempregados e aposentados.