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Grécia vai às urnas no domingo, em dia decisivo para atual premiê

Alexis Tsipras vê sua popularidade cair com medidas de austeridade para controlar crise financeira, enquanto adversário conservador ganha força

Por Da Redação
Atualizado em 5 jul 2019, 17h45 - Publicado em 5 jul 2019, 14h56

Pela primeira vez desde que foi resgatada da falência, a Grécia celebrará no domingo, 6, eleições legislativas. As pesquisas indicam a derrota do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, castigado por ter implementado um severo plano de austeridade.

Depois de quatro anos de governo do partido de esquerda de Tsipras, o Syriza, os gregos parecem querer uma alternância de poder, de acordo com todas as pesquisas, que apontam uma vitória inquestionável do partido conservador Nova Democracia.

As sondagens mostram que o partido de Kyriakos Mitsotakis deve obter entre 155 e 159 das 300 cadeiras no Vouli, o Parlamento grego.

Afetado pelo fracasso nas eleições europeias e locais de maio e junho, Tsipras, cujo mandato a princípio terminaria em outubro, convocou eleições antecipadas com a esperança de reverter a onda de descontentamento.

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Para o analista George Flessas, Tsipras cometeu um erro de estratégia. “Deveria ter esperado para transmitir uma nova mensagem ao eleitorado, agora não tem tempo para fazer isto”, disse.

Vingança da classe média

O fracasso anunciado de Tsipras se explica pela “quebra das promessas de campanha e a adoção de medidas que empobreceram os gregos”, afirma Flessas. “Podemos falar de uma vingança da classe média”, completa o analista.

Os comentaristas acreditam que o declínio do Syriza se deve em parte ao severo ajuste sobre a classe média, já enfraquecida pela crise.

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Eleito em janeiro de 2015, Tsipras afirmou que tem consciência da impopularidade das medidas drásticas determinadas pelos credores da Grécia — União Europeia (UE) e FMI — para evitar a falência do país e sua saída da zona do euro.

Líder do principal partido da oposição na Grécia, Kyriakos Mitsotakis, em comício em Atenas – 04/07/2019 (Elpida Kafantari/Reuters)

“O período 2010-2014 foi catastrófico, um milhão de nossos cidadãos perderam seus empregos”, reconheceu Tsipras no sábado.

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Mas em uma tentativa de última hora de convencer os eleitores, o primeiro-ministro citou a queda do índice de desemprego a 18% (que continua sendo o mais elevado na Eurozona), o aumento do salário mínimo a 650 euros e outras medidas sociais.

“Criamos 400.000 empregos, aumentamos o salário mínimo em 11% e demos a 250.000 trabalhadores a oportunidade de ter salários melhores e condições de trabalho melhores, graças ao retorno dos acordos coletivos”, disse Tsipras.

Mas para muitas pessoas decepcionadas, Tsipras prometeu muito e não aplicou nem metade de seu programa.

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“O Syriza se afastou de seu eleitorado popular. Se em 2015 simbolizou a esperança, a renovação da classe política, agora é um partido como qualquer outro”, disse Andreas Tsanavaris, ex-integrante do partido.

Das 144 cadeiras no Parlamento, o Syriza deve manter entre 80 e 83, segundo as pesquisas.

O Movimento de Mudança (KINAL), nascido das cinzas do Partido Socialista (PASOK), que deve obter vinte cadeiras, prometeu apoiar a direita.

Em um país marcado pela alternância entre o PASOK e a Nova Democracia, Mitsotakis — filho de um ex-primeiro-ministro e irmão de um ex-ministro — prometeu “um crescimento forte, uma Grécia autônoma”.

A eleição deste herdeiro de uma grande dinastia política marcaria o retorno da “familiocracia” ao governo grego, uma tradição denunciada por Tsipras e que ele interrompeu ao chegar ao poder.

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“Nenhuma assistência social será reduzida”, prometeu o líder conservador. “A resposta à pobreza é, sobretudo, a criação de empregos”, concluiu.

(Com AFP)

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