Grã-Bretanha nega que esteja ‘militarizando’ as Malvinas
País enviou navio de guerra às ilhas, onde o príncipe William está em missão
O governo britânico negou que esteja ‘militarizando’ o Atlântico Sul com o envio de um navio de guerra às ilhas Malvinas, cuja soberania é reivindicada pela Argentina. A declaração foi feita nesta quarta-feira por uma porta-voz de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro David Cameron, um dia depois que a presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou que levará o conflito das Malvinas à ONU e acusou Londres de ‘militarizar’ a região com o desdobramento de um destróier.
Leia também:
Leia também: Apoio brasileiro à Argentina nas Malvinas é antigo, diz governo
Entenda o caso
- • As Ilhas Malvinas – Falkland, em inglês – ficam a cerca de 500 quilômetros do litoral argentino, mas são administradas e ocupadas pela Grã-Bretanha desde 1883.
- • O arquipélago sempre foi motivo de tensão entre os dois países, até que em 1982 o ditador argentino Leopoldo Galtieri comandou uma invasão ao território.
- • O governo britânico reagiu rapidamente, enviando às ilhas uma tropa quase três vezes maior do que à da Argentina, que se rendeu dois meses depois.
- • Na guerra morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
“Não estamos militarizando o Atlântico Sul. Nossa posição defensiva nas Falkland (nome britânico das Malvinas) é a mesma”, acrescentou a porta-voz. No entanto, a representante especificou que a Grã-Bretanha tem planos alternativos caso haja uma atitude agressiva rumo a essas ilhas, consideradas por Londres como território dependente e cuja soberania é reivindicada pela Argentina desde 1833. Neste sentido, a porta-voz de Downing Street insistiu que esses planos foram elaborados há tempos e não respondem ao recente aumento da tensão pela disputa da soberania no território, pelo qual os dois países travaram uma guerra em 1982.
Horas antes, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico afirmou que os habitantes das ilhas, com uma população de aproximadamente 3.000 pessoas, são “britânicos por escolha” e livres para decidir sobre seu futuro. “Não haverá negociações com a Argentina sobre a soberania a menos que seus habitantes desejem”, apontou o porta-voz do Foreign Office.
ONU – Cristina Kirchner anunciou na terça em Buenos Aires que apresentará um protesto à ONU pela “militarização” das Malvinas por parte da Grã-Bretanha. A presidente disse que apresentará essa reivindicação ao Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia das Nações Unidas.
A Grã-Bretanha anunciou há poucos dias o envio de uma moderna embarcação de guerra, o destróier HMS Dauntless, equipado com mísseis antiaéreos, e na semana passada o príncipe William chegou às Malvinas para uma instrução militar de seis semanas.
A guerra de 1982 começou depois que os militares argentinos ocuparam as ilhas em 2 de abril daquele ano, e terminou dois meses depois, em 14 de junho, com a rendição argentina. No conflito bélico, morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
(Com agência EFE)