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Grã-Bretanha elege primeiro Parlamento sem maioria em 36 anos

Por Da Redação
7 Maio 2010, 09h18

O Partido Conservador foi o mais votado nas eleições legislativas da Grã-Bretanha, segundo os resultados oficiais de 615 das 650 circuscrições do país, mas a vitória não foi suficiente para garantir à legenda a maioria absoluta no Parlamento. Sendo assim, os conservadores não poderão formar automaticamente um governo. O cenário leva ao primeiro “Hung Parliament” (Parlamento Enforcado, em tradução livre) na Grã-Bretanha desde 1974.

Com apenas 35 cadeiras indefinidas antes do resultado final das eleições, os conservadores de David Cameron já garantiram 290 lugares. Isso significa que, mesmo que eles conquistem todas as vagas ainda em aberto, não conseguiriam a maioria absoluta (326) na Câmara dos Comuns, que tem 650 representantes. O Partido Conservador já tinha certeza de que obteria o maior número de deputados, mas ainda restava a esperança de conquistar a maioria absoluta.

Os trabalhistas do primeiro-ministro Gordon Brown já garantiram 247 cadeiras, enquanto os liberal-democratas têm 51. Outros partidos e candidatos independentes somam 21 representantes.

Os conservadores receberam 36,1% dos votos, superando assim, na Câmara Baixa do Parlamento de Westminster, o Partido Trabalhista, que está no poder desde 1997 e recebeu mais de 28% dos votos. O Liberal-Democrata superou os 22%.

Os resultados definitivos serão divulgados nesta tarde, mas em uma das circunscrições, Thirsk and Malton, noroeste da Inglaterra, a eleição foi adiada para 27 de maio após a morte de um candidato.

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Expectativas – Apesar de terem recebido número menor de votos e deputados, os trabalhistas já anunciaram a intenção de conservar o poder, por meio de uma coalizão com os ‘Lib-Dem’. Entretanto, o líder dos ‘Lib-Dem’, Nick Clegg, afirmou nesta sexta-feira que os conservadores têm prioridade para tentar formar o governo. “Eu disse que o partido que conseguisse mais votos e mais cadeiras, no caso de não obter maioria absoluta, teria o direito de buscar primeiro o governo, seja por conta própria ou procurando os outros partidos. E eu continuo com este ponto de vista”, declarou Clegg.

Em seu primeiro discurso oficial após a apuração dos resultados, David Cameron disse que espera fechar um acordo rapidamente, mas não citou diretamente formação de coalizão com o Partido Liberal-Democrata. Porém, agradeceu a disposição de Clegg em negociar primeiro com os conservadores e adiantou que pretende fazer uma oferta aos liberais democratas.

Já o primeiro-ministro Gordon Brown garantiu estar aberto para negociar com partidos menores para formar uma coalizão e disse que conversará com Clegg caso as negociações do liberal democrata com o conservador Cameron não resultem na formação de um novo governo.

Destaque – Um fato marcante da votação foi a entrada do Partido Verde britânico para o Parlamento, graças à vitória da líder da formação, Caroline Lucas, no distrito de Brighton Pavilion (sul da Inglaterra). Os ecologistas têm deputados em muitos Parlamentos da Europa, mas os Verdes britânicos ainda não haviam conseguido entrar na Câmara dos Comuns em consequência de um sistema eleitoral que favorece os grandes partidos.

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“Os cidadãos de Brighton Pavilion fizeram história ao eleger o primeiro deputado verde do Parlamento britânico”, declarou Caroline Lucas. A nova deputada, de 49 anos, recebeu 31,33% dos votos, superando os candidatos trabalhista (28,91%) e conservador (23,68%).

O líder conservador – David Cameron, 44 anos, foi eleito deputado em 2001 pelo distrito de Witney, no sudeste do país. Discursos inflamados e improvisados são a sua marca. Quando assumiu a liderança do Partido Conservador, tentou passar a imagem de que os membros do partido não eram tão rígidos. Cameron queria mostrar que o partido estava preocupado com o meio ambiente, a saúde pública, as mulheres e as minorias étnicas do país.

Com a crise econômica, porém, ele mudou o seu tom e usou o escândalo sobre os gastos de deputados trabalhistas para investir na imagem de um reformista radical, comprometido com a moralização da política. Cameron é formado em Filosofia, Política e Economia pelas universidades de Eton e Oxford, na Inglaterra. Conheça o perfil de líderes dos outros dois principais partidos britânicos: Nick Clegg (Partido Liberal Democrata) e Gordon Brown (Partido Trabalhista).

(Com agência France-Presse)

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