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Governo do Japão aprova limite de 40 anos para usinas nucleares

Por Da Redação
31 jan 2012, 07h39

Javier Picazo Feliú.

Tóquio, 31 jan (EFE).- O Governo do Japão aprovou nesta terça-feira plano que limita a vida das usinas nucleares a 40 anos com prorrogação excepcional por mais 20 anos, no mesmo dia em que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou os testes de segurança feitos nas plantas japonesas.

O projeto de lei que passou pelo Gabinete japonês, que segue agora para o Parlamento, pretende reforçar a segurança das centrais do Japão após a crise nuclear aberta em março na planta de Fukushima Daiichi, a pior dos últimos 25 anos, após o terremoto seguido de tsunami.

Antes de conceder a prorrogação extraordinária, o Governo japonês revisará o grau de desgaste dos reatores e a capacidade tecnológica da empresa operadora para garantir a manutenção dos equipamentos.

Dos 54 reatores de uso comercial existentes no arquipélago japonês existem três com ao menos 40 anos (incluindo o número 1 da planta de Fukushima) e muitos outros estão próximos de alcançar essa idade.

O plano do Governo exige adequação às novas medidas de prevenção das centrais diante da possibilidade de que uma catástrofe pudesse danificar seus reatores.

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Estimula adotar medidas contra a emissão em massa de substâncias radioativas ao ambiente em caso de acidente e evitar episódios como o de Fukushima, que chegou a emitir 800 trilhões de becquereles por hora imediatamente depois da catástrofe de março.

O projeto de lei propõe a criação de um órgão de controle ligado ao Ministério do Meio Ambiente em substituição a atual Agência de Segurança Nuclear (NISA), atrelada ao Ministério de Indústria e que foi muito criticada por sua conduta no caso da energia atômica.

A aprovação do plano de Governo coincidiu com a entrega às autoridades nucleares do relatório preliminar elaborado por uma equipe da AIEA ao fim de uma missão de nove dias, na qual avaliaram os testes de segurança nas centrais japonesas.

Sob o comando de James Lyons e formada por dez analistas, a equipe aprovou e mostrou-se ‘impressionada’ com o trabalho da NISA e das operadoras das centrais na aplicação dos testes de resistência sobre os reatores.

Apesar da avaliação positiva, o grupo fez algumas recomendações, como a necessidade de melhorar a comunicação das operadoras com os cidadãos e outras partes interessadas a fim de fomentar o diálogo e a transparência.

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Pediu que a segunda fase de testes de resistência amplie as chamadas ‘margens de segurança sísmica’, ou seja, que leve em conta a possibilidade de terremotos de intensidade maior do que o esperado, e aborde de forma mais exaustiva as medidas de gestão de acidentes graves.

Durante a missão a delegação visitou uma central no centro do país para inspecionar o resultado dos testes sobre os reatores 3 e 4 da planta, paralisados para revisão de rotina.

Os especialistas se mostraram satisfeitos pelo trabalho na central, embora tenham descartado se pronunciar sobre a conveniência da reabertura: ‘é uma decisão que deve ser tomada pelo Governo do Japão, não por nós’, disse Lyons em entrevista coletiva em Tóquio.

Atualmente, 51 dos 54 reatores do Japão estão parados por segurança ou em trabalho de manutenção, o que obrigou a aumentar a atividade das centrais térmicas de um país que antes do acidente obtinha 30% de sua energia das usinas nucleares.

Nenhum dos reatores paralisados tem autorização para retomar as operações até serem concluídos os testes de resistência e obtenham autorização das administrações locais, até agora contrárias a reativação.

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O Instituto de Economia Energética do país prevê que, em caso de que não sejam retomados os reatores parados, Japão sofrerá déficit energético de ao menos 7% neste verão, período de maior consumo. EFE

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