Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo do Iêmen e rebeldes houthis negociam na Suécia

Outras iniciativas destinadas a encerrar a brutal guerra no país fracassaram; especialistas e fontes diplomáticas estão cautelosos

Por Da Redação
Atualizado em 6 dez 2018, 11h10 - Publicado em 6 dez 2018, 10h56

As negociações de paz para o Iêmen começam nesta quinta-feira, 6, na Suécia, entre o governo iemenita, apoiado pela Arábia Saudita, e os rebeldes houthis, respaldados pelo Irã.

Os representantes rebeldes chegaram na terça-feira 4 à noite à Suécia a bordo de um avião especial kuwaitiano, no qual também viajou o mediador das Nações Unidas, o britânico Martin Griffiths.

Os representantes do governo, que saíram de Riad, chegaram na quarta-feira 5 à noite a Estocolmo. A delegação é liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Khaled al-Yemani.

A delegação do governo mobilizará todos os esforços “para que as consultas (na Suécia), que consideramos uma ocasião real para restabelecer a paz, sejam um sucesso”, afirmou Abdallah Alimi, chefe de gabinete do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, no Twitter.

Continua após a publicidade

Outras iniciativas destinadas a encerrar a brutal guerra no país fracassaram. Em setembro, uma delegação do governo viajou para Genebra para negociar, mas os rebeldes houthis não compareceram.

Especialistas e fontes diplomáticas estão cautelosos antes das negociações, que devem ajudar a “construir confiança” entre as duas partes.

Uma fonte diplomática do Conselho de Segurança da ONU disse que “tem muito pouca esperança” de que essas conversações possam levar a progressos concretos.

“Primeiro passo vital”

Na quarta-feira, representantes dos rebeldes foram vistos andando nas proximidades do centro de conferências do castelo de Johannesbergs, localizado a cerca de 60 km de Estocolmo, sob alta proteção policial.

Continua após a publicidade

“Não temos ilusões e sabemos que esse processo não será fácil, mas damos as boas-vindas a este primeiro passo vital e necessário”, comentou o Departamento de Estado dos EUA na terça-feira.

Os rebeldes xiitas houthis “não pouparão esforços para fazer as negociações correrem bem”, disse Mohamed Abdelsalam, chefe da delegação rebelde.

Uma das medidas que pode favorecer esses encontros é a assinatura de um acordo entre os rebeldes e o governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, atualmente no exílio, para a troca de centenas de prisioneiros.

Hadi Haig, responsável pelos detidos para o governo iemenita, declarou na terça-feira que o acordo assinado afetará entre 1.500 e 2.000 membros das forças pró-governo e entre 1.000 e 1.500 rebeldes houthis. A troca de prisioneiros deve acontecer após as negociações na Suécia.

Continua após a publicidade

Um representante dos rebeldes, Abdel Kader al Murtadha, expressou seu desejo de que ele seja “aplicado sem problemas”.

Oportunidade “decisiva”

A evacuação, na segunda-feira, dos rebeldes houthis feridos para Omã abriu caminho para conversações na Suécia.

A reabertura do Aeroporto Internacional de Sanaa, que estava fechado há três anos, o registro de áreas minadas pelos rebeldes, um cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários devem estar na mesa de negociações.

O Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) pediu nesta quarta-feira que os dois lados cessem os combates.

Continua após a publicidade

“Os beligerantes devem entender os meios para reabrir todos os portos e estabilizar a economia nacional que está afundando, enquanto facilitam o acesso total e desimpedido à ajuda humanitária”, declarou o NRC.

Conflito

Segundo o Banco Mundial, o conflito que começou em 2014 provocou uma dramática crise econômica, com uma contração do PIB de 50% desde 2015.

Em 2014, os rebeldes houthis conquistaram amplas faixas do território do país, incluindo a capital Sanaa e a estratégica cidade portuária de Hodeida.

Em março de 2015, a Arábia Saudita passou a liderar uma coalizão militar de apoio ao governo do Iêmen para conter o avanço dos houthis. Desde então, o conflito deixou quase 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos, de acordo com a ONU.

Continua após a publicidade

A guerra foi progressivamente transformada em uma “guerra por procuração” entre os grandes rivais regionais, saudita e iraniana.

O ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, cujo país é um pilar da coligação militar, considerou que as negociações oferecem “uma oportunidade decisiva para iniciar com sucesso uma solução política”.

Quase 80% da população do país, aproximadamente 24 milhões de pessoas, “precisa […] de proteção e assistência humanitária”, segundo a ONU.

Em todo o país, 18 milhões de pessoas passam por insegurança alimentar, dos quais 8,4 milhões já sofrem de “fome extrema”.

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.