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Governo da Nicarágua expulsa missão de direitos humanos da ONU

Órgão denunciou repressão violenta a protestos e fragilidade das instituições e do Estado de direito no país

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h11 - Publicado em 31 ago 2018, 15h43

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, expulsou do país nesta sexta-feira 31 uma missão do escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). O órgão havia denunciado o “alto grau de repressão” do seu governo a manifestações populares.

Ortega ordenou que a missão liderada por Guillermo Fernández Maldonado deixe o país ainda hoje, denunciou o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH).

“Esta insólita decisão reflete o ânimo de uma pessoa que se sente completamente perdida, que já não pode ocultar suas responsabilidades e seguir ocultando a verdade”, declarou a presidente do CENIDH, Vilma Núñez, referindo-se a Ortega.

Na véspera, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos pediu à comunidade internacional que adotasse medidas para frear a crise na Nicarágua, que vive um “clima de medo” após meses de violenta repressão às manifestações da oposição.

“A repressão e as represálias contra os manifestantes prosseguem na Nicarágua, enquanto o mundo olha para o outro lado”, afirmou Zeid Ra’ad Al Hussein, em comunicado divulgado após a publicação de um relatório sobre a situação no país.

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“A violência e a impunidade dos últimos quatro meses demonstraram a fragilidade das instituições do país e do Estado de direito, o que gerou um contexto de medo e desconfiança”, completou.

A missão da ACNUDH chegou à Nicarágua em junho passado para analisar a crise sociopolítica no país.

As manifestações da oposição na Nicarágua, governada desde 2006 pelo ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega, começaram em abril contra uma reforma da Previdência – mais tarde abandonada. Os protestos foram ampliados para todo o país como uma reação à violenta repressão, que deixou mais de 300 mortos e 2.000 feridos. Os manifestantes passaram a pedir a renúncia de Ortega.

Entre as violações dos direitos humanos documentadas no relatório do Alto Comissariado estão o “uso desproporcional da força por parte da polícia, que em alguns casos terminaram em execuções extrajudiciais, os desaparecimentos forçados, as prisões arbitrárias e generalizadas, as torturas e os maus-tratos”.

No sábado 25, milhares de opositores marcharam em diferentes cidades da Nicarágua, exigindo liberdade de presos políticos e a saída do Ortega. Simpatizantes do governo também se mobilizaram em apoio ao presidente.

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Em Granada, cidade no sul do país, centenas de moradores contrários ao governo marcharam pelas ruas, apesar de um forte dispositivo policial e da presença da tropa de choque.

Dirigentes da Coalizão Universitária asseguraram que vinte de seus integrantes foram detidos pela polícia e levados à prisão de Jinotepe quando se dirigiam para Granada. Entre as pessoas presas estava a documentarista brasileira Emilia Mello.

Ela foi libertada e deportada na última segunda-feira 27, mas denunciou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que sofreu “maus-tratos psicológicos” na prisão, segundo informou a entidade.

(Com AFP e EFE)

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