Madri, 12 dez (EFE).- O genro do rei Juan Carlos, Iñaki Urdangarín, não irá mais participar das atividades oficiais da família real espanhola, anunciou nesta segunda-feira o chefe da Casa Real, Rafael Spottorno, em meio à polêmica gerada por uma investigação policial sobre os negócios do Duque de Palma.
O anúncio foi feito no Palácio de Zarzuela quando eram concedidas declarações a respeito da investigação da promotoria anticorrupção da região das Baleares sobre um suposto caso de desvio de verba pública pela Fundación Noos, que foi presidida por Urdangarín.
A Casa Real considerou que o comportamento do marido da princesa Cristina, a filha mais nova do rei, não parece exemplar, embora tenha pedido respeito e presunção de inocência.
O chefe da Casa do Real explicou que a decisão de afastar Urdangarín das atividades oficiais foi adotada de comum acordo por esta instituição e o próprio Duque de Palma, mas também lamentou o julgamento paralelo que está sendo feito pela opinião pública contra alguém que ainda não foi acusado de nada, segundo disse, em alusão às inúmeras informações publicadas há semanas pela imprensa espanhola.
Logo após ser comunicado sobre as decisões da Casa Real, o advogado de Urdangarín, Mario Pascual Vives, afirmou que seu cliente está ‘preocupado, aflito e um pouco indignado’ com as especulações sobre a Fundación Noos.
Em declarações à Agência Efe em Barcelona, o advogado disse que irá falar com o Duque de Palma – que vive em Washington – nas próximas horas para ‘saber sua opinião’.
O presidente do governo interino, José Luis Rodríguez Zapatero, que na próxima semana passará o cargo a Mariano Rajoy, garantiu nesta segunda-feira que a Casa Real está ‘administrando bem’ a situação de Iñaki Urdangarín.
Em suas primeiras declarações em torno da polêmica que envolve o genro do rei, Zapatero avaliou o papel da monarquia na Espanha.
‘Acho que a Casa Real expressou uma posição razoável, séria e sólida. Institucionalmente o rei vai saber tramitar esta situação, que nos obriga a ter respeito pela ação da Justiça’, disse em entrevista à rádio ‘ABC’.
O líder socialista ressaltou a atuação do rei Juan Carlos como ‘árbitro e moderador’ e seu ‘grande prestígio’ no âmbito internacional, onde é ‘o melhor embaixador da Espanha’. EFE