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Futura visita de Obama ao Quênia provoca críticas no país

Quenianos acham que a presença do presidente americano vai incentivar terroristas a atacarem. População também se revolta com os gastos para garantir a segurança de Obama

Por Da Redação
29 Maio 2015, 07h35

Desde seu alto custo até o temor de novos ataques terroristas, a viagem de Barack Obama ao Quênia no próximo mês de julho se tornou um problema para parte dos quenianos, que já criticam a conveniência da visita nas redes sociais. O presidente dos Estados Unidos vai participar no dia 23 de julho em Nairóbi do 6º Congresso Global de Empreendedores, encontro que será realizado pela primeira vez em um país subsaariano. Apenas o esquema de segurança durante sua curta estadia no Quênia custará, segundo as estimativas mais comedidas, cerca de 6 bilhões de xelins (266 milhões de reais), embora alguns analistas acreditem que o custo fique acima dos 10 bilhões de xelins (443 milhões de reais).

A visita vai acontecer, além disso, quase três meses depois do pior atentado do grupo jihadista somali Al Shabab no país, que matou 148 pessoas durante o ataque a uma universidade em Garissa. A ameaça do Al Shabab, que pende sobre o Quênia desde a entrada de tropas do país na Somália em 2001, faz com que alguns quenianos se perguntem se é oportuna a visita do presidente americano e se o grupo poderia tentar promover atentados durante a estadia de Obama.

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O alerta foi dado com a publicação no portal americano Politico de um artigo do analista internacional Robert Rotberg, que foi publicado na imprensa queniana e que qualificava de “uma ideia estúpida” a viagem de Obama. “Levando em conta as ações militares dos Estados Unidos contra o grupo, por que correr tais riscos extremos?”, questiona Rotberg em um texto muito divulgado entre os quenianos pelas redes sociais. As críticas não se limitam ao custo ou à conveniência da visita, mas se estendem a seus efeitos sobre a vida cotidiana de uma cidade cuja infraestrutura não necessita da presença de um líder desse porte para ficar colapsada. “As visitas anteriores de funcionários americanos de alto escalão causaram enormes engarrafamentos, com as estradas bloqueadas, barricadas nos hotéis e espaços públicos fechados”, lembra um artigo do jornal local The Star.

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Outra frente de oposição veio de uma facção muito diferente, e também por motivos muito diferentes: o Comitê Inter-Religioso do Quênia e alguns parlamentares, que resolveram organizar protestos em todo o país para que Obama censure determinados temas durante sua visita. “Queremos enviar uma forte mensagem ao presidente dos Estados Unidos. O debate sobre a homossexualidade não deve ser parte de sua agenda, como já o foi cada vez que vem à África”, declarou recentemente o bispo da Igreja Evangélica de Nairóbi, Mark Kariuki. Os protestos expressarão o descontentamento de religiosos quenianos “pela forma como o governo dos Estados Unidos esteve pressionando os países africanos pelos direitos dos homossexuais”.

O governo queniano, em um comunicado em seu portal, insistiu que a visita do presidente americano, que acontece poucos meses depois da já realizada por seu secretário de Estado, Jonh Kerry, demonstra que o país é “um destino seguro” para o turismo e “levantará” a receita dessa indústria. “Existem relatórios do governo do Quênia assinalando que a segurança melhorou. A esperada visita do presidente americano acrescenta credibilidade a esta confiança”, assinalou o governo. Estes argumentos foram apoiados por outros tantos cidadãos nas redes sociais, que também ressaltam com orgulho “a origem queniana” do líder americano. O pai de Obama, que também se chamava Barack, era queniano e durante sua visita ao Quênia, o presidente planeja visitar sua avó paterna, que tem mais de 90 anos e vive em Kogelo, no oeste do país.

Alheio à onda de críticas, Obama reiterou sua intenção de visitar o país para participar do Congresso de Empreendedores que espera arrecadar pelo menos 1 bilhão de dólares (3 bilhões de reais) em investimentos para 2017. “A pobreza por si só não causa o terrorismo ou a violência sectária, mas os investimentos em empreendimento e educação para os jovens são alguns dos melhores antídotos que temos para esse tipo de transtorno”, argumentou Obama.

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(Da redação)

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