Paris, 4 abr (EFE).- O candidato à Presidência da França, François Hollande, apareceu nesta quarta-feira em comício pela primeira vez nesta campanha ao lado de sua ex-mulher e adversária nas primárias do Partido Socialista (PS), Ségolène Royal.
Hollande permaneceu durante alguns segundos no palco junto a Ségolène, com quem tem quatro filhos e três décadas de relação política e sentimental, desde que se conheceram em 1978 na Escola Nacional de Administração (ENA) até a separação, em 2007.
A reunião no Palácio de Exposições de Rennes (noroeste da França), adiada pelo massacre fundamentalista em um colégio judeu de Toulouse, no dia 19 de março, foi a primeira ocasião em que os dois foram vistos juntos em público desde seu rompimento.
O encontro ocorreu 18 dias antes do primeiro turno das eleições e Hollande revelou seu ‘roteiro’ para o primeiro ano de mandato, caso seja eleito presidente.
O socialista, favorito nas pesquisas à frente do conservador e candidato à reeleição, Nicolas Sarkozy, se referiu a Ségolène como ‘símbolo da unidade’ que ‘faltou em 2007 e que agora está aqui de maneira poderosa e irreversível’.
O reencontro político representa ‘a continuidade, porque nenhum candidato é herdeiro de uma longa história, e a minha é a de toda a esquerda’, declarou Hollande durante o discurso de mais de 1h, pronunciado diante de milhares de militantes socialistas.
O aspirante do PS afirmou que, no fim de maio, pretende apresentar à União Europeia (UE) uma proposta para reformar o novo tratado europeu e redirecioná-lo ‘rumo ao crescimento’ e também criticou a ‘austeridade’ promovida pela chanceler alemã, Angela Merkel.
Essas propostas serão feitas em caso de vitória socialista, visando a cúpula europeia convocada para 28 e 29 de junho, na qual Hollande tentaria fazer ‘todo o possível’ para reformar o pacto de estabilidade fiscal assinado por 25 dos 27 estados-membros da UE, disse.
No entanto, Hollande assinalou que fará campanha para que o Parlamento francês aprove um déficit máximo de 3% e o retorno ao equilibro nas contas públicas em 2017.
Ségolène, por sua vez, em um discurso mais breve e anterior ao do ex-companheiro, convocou os eleitores a lutar contra a abstenção.
‘Sou a ex-candidata e, portanto, vou apoiar quem pode vencer agora’, comentou diante da imprensa antes de subir no palco.
A ex-candidata presidencial, derrotada por Sarkozy em 2007, afirmou que ‘esse período complicado’ entre ela e Hollande já é passado, porque ‘a causa que defendida pelos socialistas é maior’ que a relação entre esses dois pesos pesados do PS.
‘Essa causa é a da realização e a emancipação humana. Nós estamos a serviço dessa causa, e não ao contrário’, declarou a presidente da região de Poitou-Charentes. EFE