França vai gastar 2 bilhões de euros para conter a alta dos combustíveis
População francesa receberá um desconto de 15 centavos de euros por litro de gasolina e diesel, informou o primeiro-ministro
O governo francês anunciou neste domingo, 13, medidas para mitigar a escalada do preço dos combustíveis a níveis recorde, em meio aos conflitos entre Rússia e Ucrânia. De acordo com o primeiro-ministro Jean Castex, será oferecido à população da França um desconto de 15 centavos de euros por litro de gasolina e diesel, a partir de abril. Isso representa uma economia de 9 euros (cerca de 50 reais), a cada 60 litros.
Em entrevista ao diário Le Parisien, Castex informou que a medida entra em vigor em 1º de abril e durará quatro meses, ao custo de 2 bilhões de euros. As distribuidoras de combustíveis reduzirão o preço nas bombas e serão reembolsadas pelo governo. Atualmente, o preço do litro no país tem girado em torno de 2 euros (equivalente a 11 reais).
Segundo Castex, a medida será mais rápida e eficiente do que votar um corte de impostos. O anúncio foi feito quatro semanas antes da eleição presidencial, que tem o atual presidente Emmanuel Macron à frente nas pesquisas.
O primeiro-ministro negou que a medida tenha objetivos eleitoreiros. “A primeira preocupação dos franceses que encontro em minhas viagens é o preço na bomba. Eu poderia dizer a eles que não há nada a fazer, já que teremos uma eleição em breve, mas esta não é minha concepção de responsabilidade.”
Castex tratou de tranquilizar a população em relação ao esvaziamento de prateleiras nos supermercados. “Não prevemos nenhum risco de desabastecimento. A melhor maneira de evitar a escassez é não criá-la, acumulando inutilmente. Por outro lado, é verdade que a crise ucraniana tem impacto nos preços. Mas muito mais no campo da energia do que na alimentação.”
Outros países europeus vêm anunciando medidas para combater a alta dos preços dos combustíveis. O governo irlandês anunciou, na semana passada, que também irá cortar o imposto aplicado aos combustíveis em 20 centavos por litro de gasolina e em 15 centavos por litro de gás, até o final de agosto.
Já o governo checo optou por suspender a obrigatoriedade de incorporar componentes renováveis nos combustíveis e eliminou o imposto rodoviário.