Paris, 21 nov (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da França solicitou nesta segunda-feira que o cunhado do ex-líder Muammar Kadafi e ‘número um’ do serviço secreto líbio, Abdullah Senussi, preste contas pelos crimes cometidos e em particular pelo atentado contra um avião da companhia UTA em 1989.
Em março de 1999, um tribunal francês condenou a prisão perpétua à revelia seis supostos membros do serviço secretos líbio, inclusive Senussi, por esse ataque contra o voo 772, que causou a morte de 170 pessoas.
‘Para acabar com a rebeldia, deveria ser realizado na França um julgamento com a presença do acusado’, disse nesta segunda-feira um porta-voz de Relações Exteriores, depois que a emissora de televisão líbia ‘Libiya’ assegurou nesta segunda-feira que Senussi foi preso no sul do país.
‘Abdullah Senussi deve ser julgado pelos crimes que cometeu. Concordaremos com as jurisdições concernidas para que também preste contas, em respeito à legislação francesa, por sua responsabilidade no atentado contra o voo da UTA’, continua o comunicado.
O avião, que fazia o percurso Brazzaville-Paris, explodiu e caiu no deserto do Níger em setembro de 1989, nove meses depois que uma aeronave da companhia americana Pan Am explodiu no ar sobre a cidade escocesa de Lockerbie, matando 270 pessoas, em um atentado pelo qual Senussi também foi condenado à revelia.
Segundo o canal líbio, Senussi foi detido por milicianos graças a informações cedidas pelos rebeldes de Zintan, que no domingo também prenderam Seif al Islam, o único filho de Kadafi que ainda estava em território líbio. EFE