França e Grã-Bretanha pedem fim ao embargo de armas à Síria
Estados Unidos veem com bons olhos o apoio dos dois países europeus aos opositores do regime de Bashar al Assad
O presidente da França, François Hollande, pediu, nesta quinta-feira, o fim imediato do embargo europeu ao envio de armas à Síria. De acordo com o mandatário, a Europa não pode permitir que o regime de Bashar al Assad receba armas, enquanto a coalizão opositora, reconhecida por grande da comunidade internacional como representante legítima do povo sírio, fique submetida às sanções europeias. O francês disse acreditar que a via política fracassou no país, mas o fornecimento de armas não significa que se deva abandonar totalmente a possiblidade de um fim negociado da violência. As declarações foram dadas durante a primeira sessão da cúpula europeia, realizada em Bruxelas.
Hollande disse que a França assumirá suas responsabilidades e dará apoio militar aos opositores caso não haja unanimidade na União Europeia (UE). “Se houver um bloqueio de, imaginemos, um ou dois países, a França assumiria suas responsabilidades”, disse o presidente, assegurando que a Grã-Bretanha também está disposta a seguir adiante. O presidente fixou o dia 31 de maio, data em que o atual regime europeu de sanções expira, para conseguir um acordo com os 27 países da UE.
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A maioria dos países mostrou-se reticente em facilitar a entrada de armas na Síria temendo que caiam nas mãos de grupos radicais. No entanto, o líder francês garantiu que tem todas as garantias de que as armas chegariam ao seu destino. A chanceler alemã, Angela Merkel, salientou que se trata de uma “ponderação muito complicada” para a Alemanha, mas se mostrou disposta a voltar a discutir a questão.
Os Estados Unidos também declararam ver com bons olhos um maior apoio da França e da Grã Bretanha aos rebeldes sírios, sem, no entanto, defender explicitamente a suspensão do embargo. “Evidentemente corresponde à UE decidir isto, mas sabemos que certos governos querem fazer mais e alentamos esta discussão na UE”, disse Victoria Nuland, porta-voz do departamento de estado americano.
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Antes da reunião da cúpula europeia, o ministro francês do exterior, Laurent Fabius, já havia pedido pelo fim do embargo, dizendo que a França e a Grã Bretanha agirão em conjunto, assim como fizeram quando declararam guerra a Gaddafi na Líbia. Na ocasião, a Alemanha se uniu à Rússia e à China no Conselho de Segurança da ONU para votar contra esse posicionamento. Fabius chegou a acusar a Rússia e o Irã de armar o regime de Assad.