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França alerta: se não recuar, Rússia pode enfrentar sanções da UE

Segundo ministro francês, sanções estarão na pauta da reunião de quinta-feira. Senado russo estuda lei para reagir contra países que adotarem a medida

Por Da Redação
5 mar 2014, 07h40

(Atualizado às 10h33)

O ministro francês das Relações Exteriores fez um alerta nesta quarta-feira ao presidente russo Vladimir Putin: a União Europeia não descarta impor sanções contra a Rússia caso o país não recue na sua pretensão de invadir a Crimeia, no Sul da Ucrânia. Segundo Laurent Fabius, o tema será discutido nesta quinta-feira, durante reunião dos líderes do bloco europeu.

“A invasão de um país por outro contraria todas as leis internacionais. Devemos retomar o diálogo e ter em mente que a Ucrânia poderia trabalhar em conjunto com a Rússia e com a UE”, afirmou Fabius em sua conta no Twitter. “Não podemos aceitar, nós os membros da comunidade internacional, um país que invada outro”, completou.

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Diante das evidências de que Putin não pretende ceder, os Estados Unidos já começaram a adotar medidas diplomáticas para pressionar Moscou: anunciaram a suspensão de toda a cooperação militar com a Rússia, incluindo encontros bilaterais e manobras militares conjuntas, e a suspensão das negociações de um tratado comercial.

O próximo passo caso o Kremlin não reverta seu curso é, segundo diplomatas americanos, cancelar a emissão de vistos e congelar os ativos financeiros nos EUA dos oficiais russos no comando da operação na Crimeia, bem como os de instituições financeiras controladas pelo Estado russo. A estratégia da Casa Branca é tentar, aos poucos, impactar a Rússia no bolso, freando as relações comerciais e financeiras de Moscou com o Ocidente.

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Até agora, contudo, o país agia sem o apoio europeu: os líderes do bloco haviam indicado que pretendiam adotar medidas bem mais limitadas, como suspender a venda de armas à Rússia e as conversas diplomáticas com Moscou não relacionadas à crise na Ucrânia. Sanções econômicas estavam descartadas até aqui, por uma simples razão: o enorme volume de negócios entre russos e UE. Sem o apoio europeu, as sanções adotadas unilateralmente pelos Estados Unidos podem se revelar inócuas para convencer Vladimir Putin a bater em retirada – os EUA não figuram sequer entre os 10 maiores parceiros comerciais da Rússia; o total de exportações e importações entre os dois países está na casa dos 40 bilhões de dólares por ano. Enquanto isso, os negócios russos com a União Europeia somam por volta de 340 bilhões de dólares no mesmo período.

Resposta russa – O Senado russo informou nesta quarta que elabora um projeto de lei para confiscar ativos estrangeiros em resposta a possíveis sanções contra Moscou por causa da intervenção militar russa na Crimeia. “A minuta de lei contempla conceder estas faculdades ao presidente e ao governo para proteger nossa soberania”, disse à agência oficial RIA Novosti o chefe do Comitê de Legislação Constitucional do Senado, Andrei Klishas, autor da iniciativa.

“Não duvidamos que isso corresponda aos padrões europeus. Basta lembrar o exemplo do Chipre, quando a desapropriação foi de fato uma das condições exigidas pela União Europeia para que o país recebesse a ajuda”, comentou. Além disso, acrescentou que caso sua iniciativa prospere, ela estará limitada por uma lei federal. “Toda sanção terá sua resposta”, resumiu Klishas.

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Diplomacia- Os ministros de Relações Exteriores dos Estados Unidos, Reino Unido e da Ucrânia reuniram-se nesta quarta-feira em Paris para discutir a crise na região ucraniana da Crimeia, mas o chefe da diplomacia russa, ministro Sergei Lavrov, recusou-se a participar do encontro, segundo autoridades britânicas e norte-americanas.

O secretário de Estado norte-americano John Kerry e o secretário de Relações Exteriores britânico William Hague se reuniram nesta quarta-feira para um encontro dos quatro signatários do Memorando de Budapeste – Estados Unidos, Reino Unido, Rússia e Ucrânia – para tentar reduzir a tensão sobre a Crimeia e dar início ao diálogo entre Kiev e Moscou, segundo as fontes.

O memorando de 1994 resultou do desmantelamento do arsenal nuclear de Kiev, que então era o terceiro maior do mundo, em troca de garantias dos Estados Unidos, da Rússia e do Reino Unido de que as fronteiras territoriais ucranianas seriam respeitadas e defendidas.Washington, Londres e Kiev acusam o presidente russo Vladimir Putin de violar o Memorando de Budapeste, que é considerado um tratado em vigor.

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“Bem, estamos gratos por ter aqui nossos amigos da Ucrânia e do Reino Unido…parceiros do acordo de Budapeste de 1994”, disse Kerry durante reunião realizada na residência do embaixador norte-americano em Paris. “Infelizmente, há um membro faltando, mas espero que nesta tarde nos encontremos com esse membro adicional.”

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