Forças de segurança sírias torturaram crianças, diz ONG
Meninos foram retirados de suas escolas e presos em condições desumanas
O Exército e as forças de segurança da Síria torturaram crianças impunemente ao longo de 2011, denunciou nesta sexta-feira em um relatório a organização de direitos humanos The Human Rights Watch (HRW). Enquanto isso, o Conselho de Segurança da ONU estuda adotar uma resolução para pressionar o regime sírio a acabar com a onda de violência que tomou conta do país desde março do ano passado, apesar da posição contrária da Rússia.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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Nesta sexta, a Human Rights Watch pediu ao Conselho de Segurança que exigisse ao gorverno sírio “o fim de todas as violações de direitos humanos”. “As crianças não foram poupadas do horror da crise síria. As forças de segurança sírias prenderam, mataram e torturaram crianças em suas casas, escolas e ruas”, disse à rede CNN a diretora de direitos infantis da organização, Lois Whitman. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu na quinta-feira para tomar uma posição, mas o encontro terminou sem um consentimento entre todos os membros.
“A Humans Right Watch documentou o uso por parte do governo de escolas como centros de detenção e a prisão de crianças que estavam nas escolas”, diz o relatório do grupo. Segundo a organização, os seus ativistas documentaram pelo menos 12 casos de crianças presas em situações desumanas e torturadas, bem como crianças mortas a tiros quando estavam em suas casas ou na rua.