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Fora de Pyongyang norte-coreanos passam fome

Por Por Daniel Rook
25 dez 2011, 16h03

A Coreia do Norte prepara um funeral grandioso para seu dirigente Kim Jong-il, mas nas zonas rurais a população passa fome, disseram observadores.

Há quase uma semana, a televisão do regime comunista mostra um caixão de vidro com o corpo do ex-dirigente em um mausoléu de Pyongyang, homenageado por membros da elite aparentemente bem alimentados e vestidos.

Mas as câmeras estão posicionadas na capital. Fora dela, muitos norte-coreanos de pequenas cidades e aldeias estão na miséria, comem mal e até morrem de fome, segundo ativistas humanitários e refugiados que vivem no estrangeiro.

O sistema centralizado de distribuição de comida não funciona e as más condições meteorológicas arruinaram várias colheitas, deixando o país sob forte dependência de ajuda exterior.

“A entrega de comida em Pyongyang não é comparável ao resto do país, porque é vitrine da Coreia do Norte”, explica Yeom Kwang-jin, um exilado na Coreia do Sul que ajuda os desertores do Norte.

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“Em Pyongyang, as pessoas recebem um pouco (de comida), mas em outras partes, a distribuição parou completamente. As pessoas recorrem ao mercado negro para sobreviver”.

No governo de Kim Jong-il, milhares de norte-coreanos morreram de fome nos anos 1990, enquanto o país financiava pesquisas para fabricar a bomba atômica. Hoje em dia, a comida é escassa.

“Ninguém pode comer três vezes por dia. As pessoas fazem o que podem para comer pelo menos uma vez”, conta Lee Hae-Young, diretor de uma associação de desertores norte-coreanos. “A metade de meus amigos que ficaram lá morreram de fome ou estão quase inválidos e sem dentes”.

Segundo a ONU, seis milhões de pessoas – um quarto da população – necessitam urgentemente de ajuda alimentar.

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Uma ONG com sede em Seul, Good Friends, garante que muitos camponeses comem apenas uma espécie de caldo de ervas. Mas com frequência, as crianças não conseguem digerir as ervas e a palha, que mastigam com milho quando podem e, às vezes, morrem.

A população também sofre com a falta de calefação e o inverno se transforma em um pesadelo.

“A eletricidade não funciona mais que duas horas por dia em Pyongyang e não existe no resto do país”, afirma um refugiado que trabalha em uma rádio aberta na Coreia do Sul.

Os habitantes se veem obrigados, em algumas ocasiões, a queimar madeira de seus móveis para se aquecer.

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O regime se mantém graças a uma política repressiva que resultou na prisão de 200 mil supostos opositores em campos de concentração durante a década passada, segundo a Anistia Internacional. Os prisioneiros comem ratos e sementes que encontram nos excrementos dos animais, afirmou a organização.

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