Fome causada por mudanças climáticas pode impulsionar imigração, diz ONU
Segundo a diretora do Programa Mundial de Alimentos, a ONU não pode cumprir suas promessas para erradicar a fome sem um acordo climático global
A diretora do Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU), Ertharin Cousin, advertiu que a fome causada pelas mudanças climáticas pode acentuar os fluxos de imigração em massa. Em uma entrevista concedida nesta quarta-feira, o terceiro dia da 21ª Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-21), ela disse esperar que a reunião resulte em um um acordo internacional ambicioso para desacelerar o aquecimento global.
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Para a diretora, as pessoas “vão se mudar se não tiverem o suficiente para comer”. Segundo Ertharin, a agência alimentar da ONU não pode cumprir suas promessas para erradicar a fome sem um acordo climático global e investimentos em medidas preventivas, como sementes resistentes à seca e a conservação da água para a agricultura.
O aquecimento global causado pelo homem está piorando as secas e as enchentes, que ameaçam as fontes tradicionais de alimentos, disse a autoridade da ONU. Segundo ela, isso ocorre especialmente nos países pobres, onde a fome já é um importante problema. “A insegurança alimentar, onde houver, é um desafio à segurança em todo lugar”, disse.
COP-21 – A Cúpula do Clima acontece até o dia 11 de dezembro. As autoridades de 195 países têm a missão de tentar fechar um acordo que limite o aquecimento a 2ºC em relação à era pré-industrial, reduzindo a emissão de gases causadores do efeito estufa, responsáveis por 86% do carbono que chega à atmosfera e por grande parte do aumento da temperatura.
(Com Estadão Conteúdo)