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Filipinas: Duterte anuncia aposentaria e pode abrir caminho para a filha

Analistas locais acreditam que o presidente prepara o terreno para a herdeira, Sara Duterte, assumir o cargo em 2022 e ajudá-lo a escapar dos tribunais

Por Da Redação 2 out 2021, 16h27

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, anunciou neste sábado, 2, que vai se aposentar da política ao final de seu mandato, em 2022. A posição do político de 76 anos, surpreendeu, pois até então ele dizia que concorreria como vice-presidente, e alimentou novas especulações de que ele estaria abrindo caminho para a candidatura presidencial de sua filha, Sara Duterte-Carpio.

Sara é a atual prefeita de Davao, a terceira maior cidade do país asiático, e já se inscreveu para a reeleição, depois de dizer que não tinha planos de concorrer à presidência. O novo movimento de seu pai, no entanto, pode alterar este cenário, de acordo com analistas e políticos locais ouvidos pela agência Reuters.

No cargo desde 2016, Duterte disse ter desistido de concorrer à vice-presidência diante da reação da maioria dos filipinos, que consideraram a ideia como uma violação ao espírito da constituição, que estabelece o limite de um mandato para o presidente impedir o abuso de poder. “Hoje, eu anuncio minha aposentadoria da política”, discursou Duterte ao lado do senador Christopher “Bong” Go, que, por sua vez, foi confirmado como o vice do partido governista PDP-Laban, no pleito de 2022.

“Em obediência à vontade do povo, que afinal me colocou na presidência há muitos anos, agora digo aos meus compatriotas, seguirei seu desejo”, completou Duterte. Analistas acreditam que Duterte precisa eleger um sucessor leal para protegê-lo de possíveis ações legais, tanto Filipinas quanto no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda. Ele é investigado por crimes contra a humanidade em sua guerra contra as drogas.

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“Presumindo que ele realmente se aposentará, isso não significa que não receberá a proteção que tanto deseja”, avaliou a Reuters Carlos Conde, pesquisador filipino da Human Rights Watch, de Nova York. O ativista e advogado de direitos humanos Neri Colmenares também avaliou o anúncio de Duterte com ceticismo e acredita que Duterte seguirá movendo a sua “máquina política”. “Infelizmente para ele, ele não será poupado da responsabilidade. A aposentadoria da política não o salvará da pena de prisão”, disse Colmenares.

As autoridades comandadas por Duterte mataram mais de 6.100 supostos traficantes e usuários de drogas desde que Duterte assumiu o cargo em junho de 2016. Grupos de direitos humanos denunciam a morte sumária de suspeitos e inocentes, enquanto a polícia nega e diz ter aido sempre em legítima defesa durante as operações de artilharia.

Mais de 60 milhões de filipinos vão votar em maio de 2022. Os candidatos têm até a próxima sexta-feira, 8, para se inscrever, mas retiradas e substituições são permitidas até 15 de novembro.

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