Fidel Castro Díaz-Balart, filho mais velho do ex-presidente de Cuba Fidel Castro, morreu nesta quinta, 1, aos 68 anos. De acordo com a imprensa do país, ele cometeu suicídio.
Conhecido como Fidelito, ele era o único filho do casamento do ex-ditador com Mirta Diaz-Balart. De acordo com o jornal Granma, ele sofria de depressão profunda, passou por uma internação e vinha sendo atendido por um grupo de médicos.
A informação oficial sobre a morte foi divulgada em uma nota informativa no programa Mesa Redonda da televisão estatal cubana. O primogênito do líder da revolução cubana “atentou contra sua vida na manhã deste dia 1º de fevereiro”, diz a nota oficial, acrescentando que Castro Díaz-Balart era “atendido por um grupo de médicos há vários meses por causa de um estado depressivo profundo”.
“Como parte de seu tratamento, ele inicialmente exigiu um regime de hospitalização e depois continuou com o acompanhamento ambulatório durante sua reincorporação social”, prossegue o comunicado, lembrando que “durante sua atividade profissional, inteiramente dedicada à ciência, obteve relevantes reconhecimentos nacionais e internacionais”.
Os funerais serão organizados “por decisão familiar”, conclui a nota.
Díaz-Balart era doutor em ciências e ocupava o cargo de assessor científico do Conselho de Estado. Era também vice-presidente da Academia de Ciências de Cuba.
Nascido em 1949, em Havana, o primogênito de Fidel Castro foi entre 1980 e 1992 encarregado da política nuclear de Cuba e responsável pela construção inacabada da usina nuclear de Jaragua, em Cienfuegos, que seria a primeira instalação deste tipo na ilha.
Após o divórcio dos seus pais em 1954, Fidelito viveu até os 10 anos com a sua mãe, que se casou com o advogado Emilio Núñez Blanco, e fixou residência em Madri na década de 1970. Ele começou seus primeiros estudos em Cuba e depois se mudou para a extinta União Soviética, onde fez doutorado em Ciências Físicas Matemática pelo Instituto de Energia Atômica I.V. Kurchatov, em Moscou. Em 1974, graduou-se em Física Nuclear pela Universidade Estatal Lomonosov de Moscou.
Além do seu trabalho à frente da política nuclear cubana, Castro Diaz-Balart representou seu país na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) entre 1983 e 1992 e presidiu o Grupo de Coordenação dos Países Não Alinhados para os usos pacíficos da Energia Atômica (1983-1987).
Em junho de 1992, o jornal Granma anunciou sua demissão na direção da Secretaria de Assuntos Nucleares, uma decisão sobre a que Fidel Castro disse pouco depois do ocorrido que foi “por ineficiência no desempenho das suas funções”. O filho mais velho do líder cubano foi submetido a um ostracismo por sete anos, até que em 1999 foi nomeado assessor no Ministério da Indústria Básica.
Fidel Castro Diaz-Balart viajou com frequência ao exterior e nos últimos anos esteve no Cazaquistão (2015), onde visitou centros de desenvolvimento tecnológico e científico, e em Moscou (2016) para assistir a Conferência Mundial da Associação Internacional de Parques Tecnológicos.
Seguindo a tradição da família Castro de manter sua intimidade familiar afastada do foco público, existem poucos dados sobre sua vida pessoal. Ele foi casado com a russa Natasha Smirnova, com quem teve três filhos (Mirta María, Fidel Antonio e José Raúl) e, após se divorciar da sua primeira esposa, casou-se com a cubana María Victoria Barreiro.
(Com EFE)