Fatah e Hamas se reunirão em outubro para reconciliação
Duas principais facções palestinas vão discutir um acordo assinado há 4 meses
As duas principais facções palestinas, Fatah e Hamas, se reunirão em 1º outubro no Cairo para discutir o acordo de reconciliação que assinaram há quatro meses e que continua pendente de aplicação. “Existe a vontade de pôr em prática os artigos do pacto de reconciliação e avançar”, disse à imprensa nesta segunda-feira Azzam Al-Ahmad, membro do Comitê Central do Fatah.
Entenda o caso
- • Diante do fracasso do acordo de paz com Israel, a Autoridade Nacional Palestina decidiu propor à Assembleia Geral da ONU votação a favor da criação de um estado palestino nas fronteiras antes de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital.
- • As negociações de paz entre israelenses e palestinos chegaram a ensaiar um retorno, por intermédio dos Estados Unidos, que defendem que só é possível criar um estado palestino realmente significativo a partir da retomada do diálogo – empacado diante da recusa israelense de parar assentamentos judeus em territórios palestinos ocupados.
Al-Ahmad explicou que o presidente palestino Mahmoud Abbas deu a instrução de iniciar o diálogo com o Hamas, movimento islâmico que controla Gaza, para tirar da estagnação o acordo de união nacional assinado em junho na capital egípcia. “As conversas incluirão diversos aspectos políticos”, acrescentou.
Abbas já tinha se referido a esse diálogo em declarações a repórteres que o acompanharam no voo rumo a Nova York, onde apresentou na sexta-feira o pedido de criação de uma estado palestino membro de pleno direito na ONU. O presidente reiterou que ambos os movimentos não formarão um governo de união nacional com diferenças ideológicas entre os representantes, mas concordarão sobre os nomes de um governo de transição formado por “tecnocratas independentes”.
Neste sentido, Ahmad acusou nesta segunda-feira o Hamas de abafar um acordo que permitiria que os habitantes de Gaza se manifestassem em apoio a tentativa palestina na ONU. O Hamas deu sinal verde apenas a pequenas concentrações de mulheres e crianças, longe das grandes manifestações organizadas pelo Fatah em diferentes pontos da Cisjordânia, às quais compareceram milhares de pessoas.
Ahmad ressaltou que esse descumprimento não afetará o processo de reconciliação. O Hamas, por sua vez, recebeu positivamente os apelos para retomar as conversas entre ambas as forças. “Estamos ao lado do diálogo que leva a uma estratégia conjunta na hora de tratar a causa palestina e os princípios nacionais”, disse o chefe do governo do Hamas na faixa, Ismail Haniyeh.
(Com agência EFE)