Bogotá, 29 nov (EFE).- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) responsabilizaram nesta terça-feira o presidente Juan Manuel Santos e o alto comando militar pela morte de três policiais e um militar que estavam em seu poder e garantiram que iriam libertá-los quando aconteceu um ataque militar ao acampamento onde estavam.
‘Denunciamos perante a opinião nacional e mundial que tal fato (tentativa de resgate) obedeceu ao afã do presidente Santos e do alto comando militar para impedir sua iminente libertação unilateral’, assinalou um comunicado divulgado hoje no site das Farc.
O documento é a primeira comunicação da guerrilha sobre o caso dos quatro reféns assassinados neste sábado.
O Instituto de Medicina Legal e Ciências Legista em Bogotá informou hoje que os quatro sequestrados foram assassinados pelas costas e à pouca distância, segundo os resultados das autópsias.
No comunicado, assinado pelo chamado ‘Secretariado do Estado- Maior Central das Farc-EP’ e com data do dia 28 de novembro, as Farc ‘lamentam profundamente’ o que qualificam como um ‘trágico desfecho’, mas responsabilizam o Governo, por ter realizado o que classificaram como uma ‘tentativa de resgate’ dos sequestrados.
Segundo o ministro de Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, o coronel Édgar Yesid Duarte, o major Elkin Hernández e o tenente Álvaro Moreno, os três da Polícia, e o sargento do Exército José Líbio Martínez, morreram no dia 26 de novembro em um acampamento guerrilheiro nas selvas do Caquetá (sul do país) durante uma operação militar.
As Farc asseguram no comunicado que iam libertar esses quatro reféns em resposta a um pedido de um grupo de personalidades femininas de todo o mundo e da ex-senadora colombiana Piedad Córdoba que receberam em agosto de 2011.
A comunicação pública da libertação ‘estava prestes a acontecer’ e várias mensagens nesse sentido ‘estavam nos arquivos tomados pelo Exército’ após a operação na qual morreu o antigo líder das Farc, ‘Alfonso Cano’, acrescentaram os guerrilheiros.
Para as Farc, ‘é evidente que após saber informação, o Governo nacional e o alto comando militar tomaram a decisão de frustrar a gestão humanitária e seus possíveis efeitos’.
‘Os resultados estão à vista. O desmoronamento de acusações contra nós não basta para encobrir a traição de Juan Manuel Santos’, denunciaram.
No entanto, a guerrilha propõe ao Governo ‘dialogar sobre um acordo que permita a troca de prisioneiros e abra as portas à paz’, pois ‘é uma necessidade histórica pela qual clama a Colômbia’. EFE