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‘Falta vontade política para condenar nazistas’, diz entidade

O Centro Wiesenthal oferece recompensa de até 25.000 euros por informações que levem ao julgamento e punição de criminosos. Confira lista de procurados

Por Da Redação
17 jul 2012, 18h41

No último domingo, o diretor do Centro Simon Wiesenthal em Israel, Efraim Zuroff, anunciou que o nazista mais procurado do mundo, Laszlo Csatary, de 97 anos, foi encontrado em Budapeste, na Hungria. Hoje, sabe-se que ele viveu dias tranquilos na capital húngara durante 17 anos, mesmo após a descoberta de sua verdadeira identidade e apesar das informações transmitidas à justiça sobre o seu passado há mais de dez meses pela organização – Csatary é acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus durante a II Guerra Mundial. O Centro Simon Wiesenthal, que luta contra a impunidade dos criminosos de guerra nazistas e perpetradores do Holocausto, é protagonista das investigações internacionais sobre os militares alemães responsáveis por crimes cometidos entre 1939 e 1945 e faz um apelo aos governos de todo o mundo para se esforçarem no sentido de “maximizar a Justiça enquanto ela ainda pode ser obtida”.

Para Efraim Zuroff, que coordena pela entidade as pesquisas sobre os criminosos de guerra nazistas em todo o mundo, a falta de vontade política para levar os criminosos de guerra nazistas à punição continua sendo o maior obstáculo para se alcançar a Justiça, particularmente na Europa Oriental pós-comunista. Uma campanha liderada pelos países bálticos (onde estão localizados os modernos estados da Lituânia, Letônia e Estônia) tenta distorcer a história do Holocausto e obter o reconhecimento oficial de que os crimes contra os comunistas são equivalentes aos do nazismo – o que representa um obstáculo para o julgamento dos responsáveis por esses crimes.

O mais recente relatório da entidade foi divulgado em abril de 2012, relativo ao período de 1ª de abril de 2011 a 31 de março de 2012. Entre os resultados considerados mais relevantes no período está a condenação, em maio de 2011, de Ivan Demjanjuk, na Alemanha, pelo seu trabalho como guarda do campo de extermínio de Sobibor, na Polônia, onde cerca de 250.000 judeus foram assassinados entre maio de 1942 e outubro de 1943. Esta foi a primeira vez na história jurídica alemã em que um criminoso de guerra nazista foi condenado sem referência a uma vítima específica ou crime individualizado. A condenação de Demjanjuk – morto em março deste ano, aos 91 anos – abriu o caminho para outras acusações contra aqueles que serviram em campos de concentração ou nas Einsatzgruppen (unidades móveis de extermínio). A decisão da Justiça levou o Centro Simon Wiesenthal a lançar a Operação Última Chance II, que oferece uma recompensa de até 25.000 euros por informações que levem ao julgamento e punição de criminosos nazistas.

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Leia também: Os alemães sabiam – e aplaudiam – as atrocidades do nazismo

a absolvição em Budapeste de Sandor Kepiro

Zuroff observa que o relatório mostra claramente que uma punição ainda pode ser alcançada contra os responsáveis pelo Holocausto. Para o especialista, apesar da suposição prevalente de que é tarde demais para levar os assassinos nazistas à Justiça, os números provam o contrário. “Nos últimos 11 anos, mais de noventa condenações contra criminosos de guerra nazistas foram obtidas, pelo menos 79 novas acusações foram arquivadas e mais de 3.000 novas investigações foram iniciadas”, diz ele. Embora muitos acreditem que a idade dos suspeitos seja o maior obstáculo para a acusação, em muitos casos é a falta de vontade política que tem dificultado os esforços para levar os perpetradores do Holocausto à Justiça, devido à ideia equivocada de que seria impossível localizar, identificar e condenar esses criminosos. “O sucesso alcançado pelos promotores, especialmente nos Estados Unidos, Itália e Alemanha, deve ser um catalisador para os governos de todo o mundo realizarem um esforço sério para maximizar a Justiça enquanto ela ainda pode ser alcançada.”

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No mesmo relatório, a organização atualiza sua lista de nazistas mais procurados, depois da morte de Sandor Kepiro (número 1), Milivoj Asner (número 2) e Adam Karabakh (número 5), no ano passado. No lugar deles entraram, além de Laszlo Csatary, Vladimir Katriuk – que serviu como comandante de um pelotão do batalhão da polícia de segurança ucraniana responsável pelo assassinato em massa de civis na Bielo-Rússia – e Helmut Oberlander – que serviu o Einsatzkommand 10, responsável pelo assassinato em massa de judeus no sul da Ucrânia. Os dois últimos suspeitos vivem atualmente no Canadá.

Confira a lista atualizada dos nazistas mais procurados:

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