Explosão atinge gasoduto perto da Faixa de Gaza
Emisssora de TV local levanta hipótese de ataque. Não há informações sobre vítimas
Uma explosão atingiu um dos principais gasodutos da cidade de Arish, no norte da península egípcia do Sinai, a cerca de 70 quilômetros da Faixa de Gaza, neste sábado. Não há informações sobre vítimas. A emissora de TV pública egípcia levantou a possibilidade de a explosão ser consequência de um ataque, no entanto não há informações oficiais sobre o incidente até o momento. O gasoduto fornece gás natural para Israel e Jordânia.
Bombeiros foram enviados ao local para tentar apagar as chamas e o gasoduto foi fechado para impedir o fluxo de gás. A coluna de fumaça produzida pelas explosões pode ser vista desde a Faixa de Gaza, a 70 quilômetros do local do acidente, de acordo com a emissora de TV local.
Horas após a explosão, a Rádio Israel informou que o suprimento de gás para o país não foi afetado, mas o fluxo foi interrompido por precaução. Segundo uma fonte de segurança, a explosão teria atingido apenas a tubulação que segue para a Jordânia.
Desde que tiveram início os protestos políticos contra o regime de Hosni Mubarak, a Península do Sinai foi um dos pontos de instabilidade, com duros enfrentamentos entre os beduínos e a polícia. Na sexta-feira, um grupo de beduínos lançou granadas contra um quartel da segurança do estado na cidade de Arish.
Protestos – Nesta sexta-feira, mais de 100.000 egípcios se reuniram na praça Tahrir, no centro do Cairo, para exigir a renúncia de Mubarak. O protesto, denominado “Dia da Partida”, foi o maior desde a última terça-feira e pretendia ser um ultimato dado pela oposição para que o ditador deixasse o poder.
Também nesta sexta, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu ao regime egípcio que investigue se a violência registrada nos protestos dos últimos dias foi planejada e identifique os responsáveis pelos incidentes. Embaixadores da União Europeia (UE) – que é formada por 27 países – disseram ainda que vão enviar uma nota de protesto para o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito contra agressões aos jornalistas no país.
Pouco depois do apelo, a rede de TV árabe Al Jazira afirmou que seu escritório no Cairo foi incendiado e destruída por “gangues” de criminosos. O canal de notícias acusou as autoridades egípcias ou seus simpatizantes de tentar impedir sua cobertura dos protestos.
Além da Al Jazira, diversos meios de comunicação informaram que jornalistas foram detidos no Cairo, quando cobriam os levantes populares. Há relatos de prisões de profissionais da Rádio Nacional e TV Brasil, do Brasil, e das redes estrangeiras BBC, Al-Arabiya, ABC News, TVP, TF1, France 24 e Washington Post.
O repórter Corban Costa, da Rádio Nacional, e o repórter cinematográfico Gilvan Rocha, da TV Brasil, também foram detidos, vendados e tiveram passaportes e equipamentos apreendidos. Eles devem chegar ao Brasil no próximo sábado.
Um jornalista egípcio que tinha sido ferido por tiros de um franco-atirador no dia 28 de janeiro morreu nesta sexta no Cairo, informou a edição digital do diário estatal Al-Arham, do conglomerado de comunicação homônimo, para o qual o profissional trabalhava.
(Com agências internacionais)