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Exilados cubanos acham que Payá sofreu atentado

Por Da Redação
23 jul 2012, 14h36

O exílio cubano em Miami exigiu nesta segunda-feira que se esclareçam “as circunstâncias obscuras” do acidente de trânsito deste domingo na ilha, que matou o opositor cubano Oswaldo Payá, pois asseguram que ele foi vítima de “um atentado” que deve ser investigado com a ajuda internacional.

“Enquanto tentamos saber mais sobre as circunstâncias da morte de Payá, é extremamente importante que a comunidade internacional se una àqueles que estão em Cuba para pressionar o regime a revelar a verdade logo”, pediu o senador cubano-americano pela Flórida, Marco Rubio, em um comunicado.

Rubio também pediu “proteção” para as pessoas que tenham informações sobre o acidente no qual morreu o ativista.

“Unimos as nossas vozes a de nossos irmãos na ilha e no exílio para denunciar este novo atentado da ditadura dos irmãos Castro, que causou a morte de dois patriotas cubanos”, informou a organização Mães e Mulheres Antirrepressão (M.A.R. Por Cuba), em Miami.

A maioria dos ativistas contrários ao regime na ilha comunista acusou os irmãos Fidel e Raúl Castro de liderar um governo com um “longo histórico de assassinatos que praticou mediante diversos métodos para eliminar seus adversários – incluindo supostos acidentes automobilísticos-“, afirmou M.A.R. por Cuba.

Payá, de 60 anos e líder do Movimento Cristão Libertação (MCL), viajava com outro cidadão cubano, Harold Cepero Escalante, que também morreu, enquanto um espanhol e um sueco que também estavam no veículo ficaram feridos depois de bater em uma árvore perto da cidade de Bayamo (744 km ao leste de Havana), segundo as autoridades.

“Infelizmente é uma morte que ocorreu em circunstâncias muito obscuras, se trata de um acidente provocado por uma perseguição e o ocorrido é uma responsabilidade do governo cubano”, disse à AFP Omar López Montenegro, diretor do departamento de Direitos Humanos na influente Fundação Nacional Cubano-americana (FNCA), com sede em Miami.

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Segundo a versão com que trabalha a FNCA e da que faz eco a liderança cubana em Miami – capital do exílio da ilha nos Estados Unidos -, “Payá fez uma ligação durante a perseguição, reportando que o perseguiam e que temia por sua vida”, disse López Montenegro.

“Os carros (acidentados) foram retirados imediatamente depois do acidente, nem sequer há um reporte claro dos dois estrangeiros que estavam com ele”, disse o ativista.

Segundo os opositores cubanos, Payá viajava para uma área muito sensível para o governo cubano que sofria com uma epidemia de cólera que, afirmam, as autoridades quiseram subestimar.

“Nós vamos denunciar este caso perante organismos internacionais porque a morte de Payá confirma o padrão de violência e assédio contra a oposição pacífica em Cuba por parte das autoridades”, disse López Montenegro.

Payá, ganhador do Prêmio Sakharov de direitos humanos, concedido pelo Parlamento Europeu, em 2002, havia denunciado há 20 dias que um caminhão bateu em seu carro na região de Boyeros, em Havana, disse o ativista à AFP, coincidindo com as declarações de Osmel Rodríguez, outro colaborador próximo de Payá em Miami.

“Nossas informações de Cuba nos dizem que se tratou de um atentado e que inclusive houve testemunhas”, disse à AFP Janisset Rivero, secretária-executiva do Diretório Democrático Cubano (DDC).

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O DDC também “pede que se abra uma investigação sobre os fatos ocorridos porque esta não é a primeira vez que os opositores são atacados por automóveis das forças de segurança do regime”, disse Rivero.

A organização Cuban Americans For Engagement (CAFE), que se apresenta como um movimento partidário do diálogo, a reconciliação e a diplomacia entre os cubanos e entre Cuba e Estados Unidos, também pediu uma “investigação esclarecedora”, dadas as afirmações dos familiares de Payá sobre as circunstâncias de sua morte.

Antonio Díaz, membro do MCL em Miami, disse ao jornal El Nuevo Herald que a esposa de Payá, Ofelia Acevedo, confirmou que o carro tinha sido atacado por um caminhão até provocar o acidente.

Esta é a segunda perda que a dissidência cubana sofre em nove meses, depois do falecimento por problemas de saúde da fundadora e líder das Damas de Branco, Laura Pollán, em 14 de outubro de 2011.

O exílio em Miami suspeita que as duas mortes foram atentados contra a oposição política na ilha.

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