Cairo, 24 mar (EFE).- O Exército sírio lançou neste sábado uma ofensiva terrestre contra a cidade setentrional de Saraqeb, na província de Idleb, que é também alvo de fortes bombardeios que causaram dezenas de feridos.
Badredin Shalash, membro dos opositores Comitês de Coordenação Local (CCL) em Saraqeb, detalhou por telefone que as tropas invadiram a cidade por vários pontos no início da manhã e que os bombardeios destruíram várias casas e o centro de informação de seu grupo.
‘Os projéteis atingem todas as partes e estão provocando uma grande fuga da população nos arredores da cidade para as zonas rurais’, afirmou Shalash.
Em Saraqeb estão desdobrados rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS), mas por enquanto não foram registrados confrontos entre este grupo e as tropas governamentais.
O ativista assinalou que os membros do ELS, composto por desertores e civis que pegaram em armas, estão ajudando na evacuação da população.
Por sua parte, um dos porta-vozes oficiais dos CCL, Emad Hozari, disse à Efe que nesta operação militar participam dezenas de carros de combate e veículos militares, apoiados por soldados das forças de segurança e ‘shabiha’ (tropas do regime de Bashar al Assad).
Hozari, que também é membro do principal órgão opositor, o Conselho Nacional Sírio (CNS), denunciou que a ofensiva ocorreu porque ‘Saraqeb é um importante reduto da oposição e do ELS’.
Enquanto isso, a também opositora Comissão Geral da Revolução indicou que estão sendo realizadas amplas campanhas de detenções.
O ataque contra Saraqeb acontece depois que neste mês o Exército atacasse durante vários dias a cidade de Idleb, próxima à fronteira com a Turquia, e recuperasse o controle da mesma no último dia 14, véspera do primeiro aniversário do início do levante popular contra o regime de Assad.
Os bombardeios das forças governamentais também castigaram neste dia a província de Homs, um dos principais feudos opositores, onde morreram pelo menos sete pessoas, segundo os CCL.
A violência persiste na Síria apesar do aumento das sanções contra o regime e as tentativas de mediação internacionais, lideradas pelo enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, que deve reunir-se neste fim de semana com as autoridades russas e chinesas, aliadas de Damasco. EFE