Exército ‘precisa de tempo’ para vencer rebeldes, diz Assad
Ditador sírio ainda chamou de 'irreal' a possibilidade da criação de zonas de exclusão humanitárias no país, como pedem as forças de oposição ao regime
Em entrevista transmitida nesta quarta-feira pela rede de TV Al Dunia, que apoia seu regime, o ditador Bashar Assad afirmou que o Exército sírio “precisa de tempo” para vencer a batalha contra as forças rebeldes que tentam depô-lo do poder. Assad disse ainda que seu governo está “lutando uma batalha tanto interna quanto externa”, em referência à pressão internacional para que ele renuncie.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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“(O Exército) definitivamente precisa de tempo para por um fim nela (a batalha). Mas posso resumir tudo em uma frase: estamos avançando”, declarou o presidente. “A situação está melhor agora, mas a conclusão não está perto ainda. Isso requer algum tempo”, completou.
O ditador sírio também comentou o pedido da oposição, ratificado pelo ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, de criar uma zona de exclusão dentro da Síria, aprovada pelas Nações Unidas, para abrigar refugiados e receber ajuda humanitária. A proposta foi chamada por Assad de “irreal”.
“Vamos retroceder por causa da ignorância de algumas autoridades turcas ou vamos nos concentrar em nossa relação com o povo turco, especialmente aqueles que nos apoiaram durante a crise e não foram seduzidos pela mídia e pelos materiais de propaganda?”, questionou.
Nas últimas semanas, as forças do regime lançaram uma ofensiva em diversas regiões do país para recuperar áreas controladas por combatentes rebeldes. Nesta terça, bairros no subúrbio da capital Damasco foram bombardeados. Em Alepo,os combates prosseguem enquanto os opositores tentam manter controle sobre partes da cidade, a maior do país. O mais grave incidente dos últimos dias ocorreu em Daraya, nos arredores da capital, onde 330 pessoas morreram em um massacre organizado por militares fiéis a Assad.
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