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Exército nas ruas e embaixada fechada: o drama dos brasileiros no Peru

O governo peruano fechou as fronteiras para conter a disseminação do coronavírus

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 mar 2020, 21h04 - Publicado em 16 mar 2020, 19h59

Após a decisão do governo peruano de fechar as fronteiras para conter a disseminação do coronavírus, brasileiros tentam, sem sucesso, voltar para casa. A quarentena imposta pelo presidente Martín Vizcarra no domingo durará quinze dias. Os aeroportos já fecham à meia-noite desta segunda 16, o que provocou, ao longo do dia, uma corrida de pessoas em busca de deixar o país. De acordo com o Itamaraty, há 3.770 brasileiros no país vizinho.

Em relato a VEJA, o administrador de empresas Ederson Oliveira, de 33 anos, contou a situação dramática que vive em Lima, a capital do Peru. Ele viajou ao país no último sábado (14) e planejava voltar apenas no dia 24 deste mês. No entanto, após a ordem de fechamento, ele decidiu antecipar o retorno para casa. “A medida significa que não pode circular nas ruas e que há toque de recolher. As pessoas só devem sair se for para buscar serviços básicos, como os de saúde ou ir ao mercado. Todo o serviço de transporte ficará interrompido, e o Exército está nas ruas avisando que as pessoas devem ir para suas casas sob pena de multa. Não faz sentido ficar aqui”, afirma.

O administrador disse que permaneceu mais de seis horas no aeroporto nesta segunda tentando remarcar a passagem, mas, quando estava próximo a ser atendido, militares do Exército entraram no local e pediram para que todos aqueles que não tinham passagem para esta segunda se retirassem. Diante do tumulto, ele conta, funcionários de companhias aéreas precisaram ser escoltados.

De lá, o morador de Salvador tentou ajuda na Embaixada do Brasil em Lima. Ele afirma que chegou ao local às 13h50 e que se deparou com as portas fechadas. Segundo ele, havia pelo menos outras dez pessoas tentando receber alguma orientação da chancelaria. Nenhuma conseguiu atendimento. “No local, só estavam seguranças, e eles informaram que não teria nenhum tipo de atendimento. Não conseguimos nenhum tipo de suporte, não havia ninguém para sequer pegar o nosso telefone e entrar em contato amanhã. Não tem nada. O consulado realmente deixou os cidadãos a ver navios”, reclamou.

Questionado pela reportagem, o Itamaraty informou que a “Embaixada do Brasil em Lima está ciente da situação e em contato frequente com todos os cidadãos brasileiros que a procuraram reportando eventuais dificuldades de deslocamento, buscando repassar-lhes informações relativas a limitação de movimentação”. “A Embaixada do Brasil em Lima continua fazendo gestões junto ao governo peruano e empresas de transporte para, na medida do possível, tentar apoiar o retorno dos turistas”, disse a pasta.

“Tendo em vista tratar-se de uma crise global, recomenda-se ao cidadão brasileiro obedecer estritamente as orientações das autoridades do país onde se encontram. As embaixada e/ou consulados responsáveis seguem à disposição dos cidadãos brasileiros que necessitem e procurarão prestar toda a assistência consular possível”, adicionou o Itamaraty.

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