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Exército mantém influência no novo governo do Egito

Desafio do novo presidente, Mohamed Mursi, é promover recuperação econômica e segurança

Por Da Redação
2 ago 2012, 12h42

O gabinete ministerial do governo egípcio anunciado nesta quarta-feira, mais de um mês depois da posse do novo presidente, Mohamed Mursi, reforça a tese de continuísmo do governo de transição da Junta Militar, que governava o país desde a queda do ditador Hosni Mubarak. O presidente presidirá a primeira reunião do novo governo nesta quinta-feira, após a posse dos ministros.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então ditador Hosni Mubarak, que renunciou no dia 11 de fevereiro de 2011.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de premeditar e ordenar esses assassinatos.
  3. • A Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse do novo presidente eleito, Mohamed Mursi.

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Mursi encarregou o primeiro-ministro, Hisham Qandil, que foi ministro da Irrigação no governo militar, de formar a equipe governamental. Qandil afirmou em entrevista coletiva que a escolha foi feita com base na competência e não na filiação política. “Somos o governo do povo. Não representamos essa ou aquela corrente”.

Sinal da forte influência do Exército, o marechal Hussein Tantawi, chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) e atual ministro da Defesa, manterá seu posto, depois de permanecer por vinte anos no cargo de ministro da Defesa durante o regime de Mubarak, além de manter esta pasta após a queda do regime, em fevereiro de 2011. Os ministérios de Relações Exteriores e das Finanças também mantiveram os mesmos nomes do período militar.

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Irmandade – Apenas quatro dos 35 ministros que formam o gabinete pertencem ao partido Justiça e Liberdade, o braço político da Irmandade Muçulmana. Com este executivo, Mursi tenta tranquilizar as pessoas que temiam o fato dele ser islamista e também os militares que resistem em ceder o poder às autoridades civis eleitas. Setores mais laicos da sociedade acusam o próprio primeiro-ministro de ser simpatizante da Irmandade. “Cristão, copta, salafista… para nós não há nada disso. Nós vemos somente cidadãos egípcios”, assegurou Qandil.

Desafios – A reestruturação econômica e a luta contra a degradação da segurança serão as prioridades do novo governo egípcio, afirmou Qandil. “Estes dois expedientes estão em primeiro lugar em nossas prioridades”. O Egito, país mais populoso do mundo árabe com mais de 80 milhões de habitantes, vive desde a queda de Mubarak uma grave crise, marcada pelo declínio do turismo, colapso dos investimentos estrangeiros e agravamento do déficit orçamentário. “O período que se aproxima é difícil. Estamos todos no mesmo barco”, finalizou. Os salafistas, contudo, decidiram boicotar o novo governo. Eles venceram as eleições legislativas e foram convidados a ocupar somente o ministério do Meio Ambiente.

(Com agência France-Presse)

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