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Exército do Sudão do Sul violenta e queima mulheres vivas, diz ONU

As denúncias foram divulgadas em um relatório nesta terça-feira sobre os horrores da guerra civil no país

Por Da Redação
30 jun 2015, 16h26

O Exército do Sudão do Sul (SPLA) estuprou e queimou vivas mulheres e meninas em suas casas, denuncia a Organização das Nações Unidas (ONU) em um relatório publicado nesta terça-feira. O documento denuncia “violações generalizadas dos direitos humanos” cometidas durante a guerra civil que devasta o país há um ano e meio. O relatório é baseado nos depoimentos de 115 vítimas e testemunhas do estado de Unidade, no norte do país, um dos mais afetados pela guerra civil.

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“Algumas das acusações mais preocupantes se referem ao sequestro e aos abusos sexuais cometidos contra mulheres e meninas. Algumas delas foram queimadas em suas casas”, afirma a Missão de Assistência das Nações Unidas na República do Sudão do Sul (Minuss).

O exército sudanês iniciou em abril uma ofensiva contra as forças rebeldes no distrito de Mayom, que era uma região petroleira importantes antes da destruição provocada pela guerra.

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“Os sobreviventes dos ataques afirmaram que o SPLA e suas milícias aliadas de Mayom executaram uma campanha contra a população local, matando civis, saqueando e destruindo vilarejos, além de provocar o deslocamento de mais de 100.000 pessoas”, afirma o documento da ONU.

Os investigadores declararam que receberam informações sobre ao menos nove incidentes distintos em que “mulheres e crianças foram queimadas em tukuls (cabanas) depois de serem estupradas”.

Também foram registrados dezenas de casos de violência sexual e vários relatos de estupros de mulheres diante de seus filhos. Uma testemunha disse ter visto soldados do governo “estuprar uma mãe que estava amamentando seu bebê”.

A intensificação dos combates foi marcada por “acusações de assassinato, estupro, sequestro, saques, incêndios e deslocamento de populações”, aponta o relatório.

As atrocidades não seriam atos exclusivos dos militares. Forças rebeldes também cometeram estupros, assassinatos e recrutamento de crianças-soldados.

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O exército, que nega repetidamente as acusações de violação dos direitos humanos, não respondeu ao relatório da ONU, que foi transmitido às autoridades antes da publicação.

A ONU indicou que tentou visitar os lugares onde ocorreram as atrocidades relatadas pelas testemunhas, mas o exército negou o acesso.

A guerra no Sudão do Sul, que obteve sua independência há quatro anos, em 9 de julho de 2011, começou em dezembro de 2013 com combates entre duas facções do exército, dividido pela rivalidade entre o presidente Salva Kiir e o ex-vice-presidente Riek Mashar.

Diversas milícias se uniram a cada lado, com confrontos marcados por massacres de caráter étnico.

Dois terços dos 12 milhões de habitantes do Sudão do Sul necessitam de ajuda humanitária, segundo a ONU, e um sexto precisou fugir de suas casas.

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(Com Agência AFP)

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