Exército diz que país está em crise e faz intervenções
Tropas trocaram tiros com homens armados em várias cidades, matando 4
O Exército do Líbano anunciou nesta segunda-feira que o país está em crise após o assassinato de uma autoridade da inteligência libanesa e iniciou intervenções violentas em várias cidades do país. Nos subúrbios ao sul de Beirute, tropas libanesas trocaram tiros com homens armados, ferindo cinco pessoas, e quatro pessoas – incluindo uma menina de nove anos – foram mortas na cidade de Trípoli (norte).
Os confrontos em Beirute na manhã desta segunda-feira ocorreram nos limites de Tariq al-Jadida, um bairro muçulmano sunita que é vizinho de bairros xiitas, no sul da capital. Moradores informaram mais cedo que tiroteios intensos ocorreram durante a noite na região de Tariq al-Jadida entre homens armados com fuzis e lançadores de granadas.
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“Nós pedimos a todos os líderes políticos para que sejam cautelosos ao expressarem suas posições e opiniões”, disse um comunicado do Exército, acrescentando que isto levaria a ‘medidas decisivas’ para evitar o caos nas regiões de alta tensão.
Contexto – O país está em ebulição desde sexta-feira, depois que o general Wissam al-Hassan, chefe da Inteligência que se opunha à liderança síria, foi assassinado em um atentado com carro-bomba. Com a continuidade dos conflitos, aumenta o temor de que a guerra civil na vizinha Síria possa se espalhar para o Líbano, desestabilizando o delicado equilíbrio político e ameaçando iniciar uma nova era de derramamento de sangue por batalhas sectárias.
Muitos políticos libaneses acusaram a Síria de estar por trás da morte de al-Hassan e manifestantes furiosos tentaram invadir o palácio do governo após o funeral, no domingo. Líderes da oposição e partidários querem que o primeiro-ministro Najib Mikati renuncie, afirmando que ele é muito próximo ao ditador sírio, Bashar Assad, e do seu grupo militante aliado Hezbollah, que faz parte do governo de Mikati. O governo sírio e o Hezbollah condenaram o assassinato de Hassan.
(Com agência Reuters)